E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam estavam unidos e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens e os repartiam por todos, segundo a necessidade de cada um. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos. Atos 2:42-47.
Não
devemos falhar em observar quem perseverava na doutrina. Todos os crentes, não
somente os pregadores, perseveravam na doutrina. Freqüentemente, esperamos os
outros se dedicarem à doutrina para nos guiarem. Todos os membros da primeira
congregação foram dedicados à palavra. Todos desejavam aprender. Isso não
significa que todos fossem mestres ou peritos. Deus não precisa de um monte de
professores para cumprir seu plano. De fato, os estudiosos freqüentemente se
acham sofisticados demais para aceitar a simplicidade do plano de Deus. 1
Coríntios 1:18-31. É verdade que não precisamos fazer seminário, mas Deus quer que sejamos
capazes de defender as razões da nossa esperança nele, como está escrito: Antes, santificai a Cristo, como
Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo
aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós. 1 Pedro 3:15. Assim sendo, é fundamental que tenhamos conhecimento bíblico. Porque a
defesa de nossa fé só será possível por meio de um discipulado dedicado e um estudo constante da Palavra de Deus.
Pois decidi nada saber entre
vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. 1 Co 2:2. Quanto a mim, que eu jamais me
glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o
mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo. Gl 6:14.
Homossexualismo
Introdução
I. O
que é Hermafroditismo?
A Bíblia
silencia totalmente sobre o assunto e nada existe na literatura evangélica
sobre essa questão, talvez por ser algo muito raro. Na literatura grega era
muito comum, por causa do mito grego, Hermafroditos, "filho de Hermes e
Afrodite, amado de Salmacis, a ninfa das fontes onde ele se banhava.
Ele
repeliu as tentativas de envolvimento de Salmacis, mas esta o enlaçou num
abraço apertado e suplicou aos deuses que transformassem as duas criaturas
num corpo único. Os deuses ouviram a súplica, e daí proveio a palavra
"hermafrodita" para uma pessoa combinando ambos os sexos num corpo
único" (HARVEY, Paul. Dicionário Oxford de Literatura Clássica Grega e
Latina, Jorge Zahar Editor, Rio, 1987, p. 268).
Como os
mitos gregos são o resultado da atuação de uma imaginação ingênua sobre os
fatos da experiência tentando explicar os fenômenos naturais (Op. cit., p.
345), talvez isso seja uma tentativa para explicar a origem dos que hoje são
chamados hermafroditas.
A
Enciclopédia Barsa diz:
Na
mitologia grega, Hermafrodite era um jovem, filho de Hermes e Afrodite, que
os deuses transformaram em um ser metade homem, metade mulher, a pedido de
uma ninfa, que a ele queria ficar ligada para sempre.
Hermafroditismo
é a condição do indivíduo que possui órgãos reprodutores tanto femininos
quanto masculinos. Plantas hermafroditas (como a maior parte das plantas que
dão flores) são chamadas monécias ou bissexuais. Animais hermafroditas,
principalmente invertebrados, como minhocas, lesmas, caracóis, briozoários e
trematódeos, são normalmente parasitas, de movimentos vagarosos, ou estão
permanentemente ligados a outro animal ou planta.
Nos
seres humanos, o hermafroditismo é uma anomalia sexual rara, em que existem
gônadas de ambos os sexos. A genitália pode ter características dos dois
sexos, e os cromossomos apresentam mosaicismo masculino-feminino --
existência tanto dos pares de cromossomos masculinos XY quanto dos femininos
XX.
Nos
casos de hermafroditismo humano, a escolha do sexo deve ser feita por ocasião
do nascimento, de acordo com o órgão sexual que predomina externamente, por
meio de uma cirurgia para remover as gônadas do sexo oposto. A genitália
remanescente é então reconstruída, para aparentar a do sexo escolhido.
Indivíduos
com aparência externa de um sexo mas constituição cromossômica e órgãos
reprodutores do sexo oposto são exemplos de pseudo-hermafroditismo. Nos seres
humanos nessa condição, o indivíduo tem um único sexo cromossômico e gonádico
e características de ambos os sexos na genitália externa, o que gera dúvida
com relação ao seu verdadeiro sexo.
No
pseudo-hermafroditismo feminino, o indivíduo tem ovários, mas apresenta
características sexuais secundárias ou genitália externa com aparência
masculina. Se a condição for identificada no nascimento, a criança pode ser
criada como menina, com um mínimo de reajustamento social. Pode-se utilizar
certos corticosteróides para evitar o desenvolvimento posterior da condição,
e a cirurgia para corrigir defeitos genitais residuais.
No
pseudo-hermafroditismo masculino, o indivíduo possui testículos, mas as
características sexuais secundárias ou a genitália externa têm aparência
feminina. O distúrbio é identificado na puberdade, pela falta de menstruação.
O tipo mais comum é o da feminização testicular, que ocorre quando os órgãos
genitais são femininos e as características sexuais secundárias do sexo
feminino aparecem na puberdade, mas o padrão cromossômico é masculino. Nesse
caso, a criança é criada como menina. Outras formas de pseudo-hermafroditismo
podem ser alteradas para transformar o indivíduo num homem completo, e ser
criado como menino.
Como a
Bíblia nada fala sobre o assunto e o hermafroditismo, nesse contexto, é um
problema de nascimento que pode ser corrigido depois com recursos da
medicina, não há nisso problema de ordem moral. O hermafrodita tem uma
inclinação para um lado, masculino ou feminino, nunca os dois. Sabendo, pois
qual essa tendência, nela é feita o tratamento, e a identidade sexual dessa
pessoa pode ser reconstituída. Não se trata, portanto, de uma sexualidade
artificial ou de mudança de sexo, mas de uma pessoa que nasceu com
deformidade física que a medicina corrigiu.
II. O
que é Homossexualismo?
Não
confundir o hermafrodita com o homossexual que resolveu mudar de sexo.
Homossexualismo se define como "atração erótica entre pessoas do mesmo
sexo" (BENNER, David G. Baker Encyclopedia of Psychology, Baker Book
House, Grand Rapids, Michigan, USA, 1987, p. 519). A Bíblia chama tal prática
de pecado abominável (Lv 18.22).
O
homossexualismo é condenado pela Bíblia, é pecado abominável aos olhos de
Deus (Lv 18.22). A Bíblia chama tal prática de prostituição, porneia, no
grego (Jd 7). A Palavra de Deus diz de maneira direta e explícita que os
"sodomitas e os efeminados", expressão bíblica para designar
"homossexuais", não herdarão o reino de Deus "Não erreis: nem
os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os
sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes,
nem os roubadores herdarão o reino de Deus" (1 Co 6.9, 10). Visto que
aqueles que se prostituem também não herdarão o Reino de Deus (Gl 5.19-21; Ap
22.15), tal prática não pode ser reconhecida pela Igreja, e nem permanecer no
seu rol de membros (1 Co 5.5).
A palavra
grega usada para "prostituição" é porneia, e significa:
"relação sexual ilícita", Liddell & Scott, Greek-English
Lexicon.[i] Joseph Henry Thayer, A Greek-English Lexicon of the New
Testament,[ii] W. E. Vine.[iii] Diz A. T. Robertson diz: "O termo porneia
se emprega em ocasiões (At 15.20,29) de tal tipo de pecado em geral, e não
meramente dos solteiros, ainda que moicheia seja tecnicamente adultério por
parte de casados (Mc 7.21)".[iv]
Gerhard
Kittel e Gerhard Friedrich admitem que "porneia" em Mt 5.32 diz
respeito ao adultério, "se refere à relação sexual extra-marital por
parte da esposa".[v]
A. Bailly, em seu dicionário, diz que significa "prostituição" e
"adultério".[vi]
Horst Balz e Gerhard Schneider declaram: "Significa 'prostituição,
incastidade, fornicação', e é usado para "todo o tipo de relação sexual
ilícita" ... Quando usado para infidelidade sexual por parte de uma
mulher casada, significa 'adultério', o qual é normamente referido com
moixe¿uw, moixei¿a ktl. Pornei¿a e moixei¿a freqüentemente estão próximas uma
da outra". [vii]
William
F. Arndt e F. Wilbur Gingrich assim definem o termo: "Prostituição,
incastidade, fornicação de todo o tipo de relação sexual ilícita".[viii]
Resumindo, o substantivo grego, porne…a (porneia), aparece 26 no Novo Testamento.
É um derivado de porn» (porne), usado para "prostituta", na
literatura grega e também na LXX. Essa palavra, aos poucos, foi ganhando o
sentido de adultério.
É usado
na LXX para traduzir o hebraico zaná em Nm 25.1, Os 2.4-5. Na maioria das
vezes quer dizer "prostituição, fornicação, incastidade, qualquer tipo
relação sexual ilícita". Também se aplica a sodomia. A prostituição
inclui o pecado do homossexualismo. Paulo usou essa palavra para se referir
ao incesto do enteado com a madrasta (1 Co 5.1-3).
O
vocábulo "fornicação" vem do latim "fornix" que significa
"abóbada, arco". Diz Ernesto Faria: "Compartimento em forma de
abóbada em que vivia a gente de baixa condição e, especialmente, as
prostitutas, lupanar".[ix] A partir daí, o referido vocábulo foi
ganhando o sentido de "prostituição". Jerônimo usou o termo
"fornicatione" para traduzir do grego "porneia". Eis a
razão porque em nossas versões, às vezes, traduzem tal palavra por
"fornicação".
O
homossexualismo, à luz da Bíblia, é uma perversão sexual. A idolatria leva o
homem à imoralidade . Em Romanos 1.24-27 o apóstolo Paulo inclui como
conseqüência da apostasia generalizada no mundo gentio, descrita nessa
passagem paulina, o homossexualismo, tanto masculino como feminino. Há sete
passagens bíblicas que fazem menção do homossexualismo, e todas condenando ou
mostrando tal prática como algo pecaminoso e, portanto, negativo (Gn 19.1-11;
Lv 18.22; 20.13; Jz 19.22-25; Rm 1.25-27; 1 Co 6.9, 10; 1 Tm 1.9, 10). À
medida que o tempo vai passando a sociedade vai se tornando cada vez mais
permissiva e os homens vão se afastando cada vez mais de Deus. Para nossa
perplexidade há pseudocristãos alegando que tais práticas como coisa natural.
Há até
quem use a passagem de 1 Samuel 18.1-4 para justificar tais práticas, dizendo
que Davi praticava a mesma coisa com Jônatas. Essa interpretação é uma
camisa-de-fora, pois a Bíblia diz que Davi era heterossexual, sentiu atração
por Batseba, tinha várias mulheres e filhos e acima de tudo, o ósculo era
praticado no antigo Oriente Médio, como se usa fazer ainda hoje.
O
apóstolo Paulo declara que “Deus os entregou às paixões infames”, porque não
reconheceram a Deus. Considera, ainda, tais práticas como “torpeza”..., uso
desnatural, “contrário à natureza”. Diz em outro lugar que os tais não
herdarão o reino de Deus (1 Co 6.9, 10; Gl 5.19-21).
Satanás
é o principal promotor da prostituição. Desde os tempos do Velho Testamento
que a sodomia e outras formas de prostituição estiveram ligadas ao culto
pagão. Os pagãos praticavam nesses rituais o que se chama “prostituição
sagrada”. Ainda hoje pode ser visto que o maior número de homossexuais está
nos cultos afro-brasileiros. Essas práticas são comuns nos cultos satânicos,
pois o objetivo do diabo é perverter a ordem natural das coisas. Tudo o que é
perversão é uma afronta a Deus (Is 5.20, 21).
III.
Qual a Posição da Igreja sobre o Assunto?
Nem tudo
está perdido para os homossexuais. Temos muitos testemunhos sobre a
libertação deles pelo poder de Jesus Cristo, e hoje estão servindo a Deus, já
casados, constituindo família. O apóstolo Paulo afirma que alguns sodomitas e
efeminados de Corinto foram libertos e serviam a Deus na igreja: "E é o
que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados,
mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do
nosso Deus" (1 Co 6.11).
Quando
se trata de homossexuais que optaram por mudança de sexo, que a mídia chama
de "transexuais", a situação se complica. O tal nasceu homem e
resolveu tornar-se "mulher" através de cirurgias, hormônios e
aplicação de silicone e outros recursos. À luz da Bíblia continua, essas
mudanças não fazem dele uma "mulher". A Bíblia diz que Deus criou
"macho e fêmea" (Gn 1.27). A sociedade é quem faz do macho homem e
da fêmea mulher. Por isso que o pai é o referencial para o menino e a mãe o
referencial para a menina. O comportamento estabelecido para o homem e para a
mulher, respeitado em geral pela sociedade, vem da Palavra de Deus. As normas
de conduta estão na Bíblia. O homossexual, tanto masculino como feminino,
abandonou esse comportamento, desviando-se assim não só
da Palavra de Deus, como também dos padrões sociais.
Quando
essas pessoas vêm para a igreja como fica a situação delas? Se realmente
querem se tornar crentes em Jesus, e não meramente freqüentador de igrejas,
assumindo compromissos com Deus e com a igreja, precisam reconstituir sua
identidade original. Como é difícil, ou talvez, impossível outro tratamento
para resgatar essa identidade natural, significa que deve assumir a condição
de eunuco, pois, embora com a aparência física e trejeitos femininos
continuam sendo homem. Como podem viver com outro homem fazendo papel mulher
e em comunhão com a igreja? Isso, além de escandaloso, é repugnante aos olhos
de Deus. Seria o mesmo que reconhecer a prática homossexual e admitir que a
mudança artificial de um sexo para outro valida o homossexualismo.
Leia meu artigo sobre o assunto
O “GENE GAY"
A IDEOLOGIA DO GÊNERO UMA ESTRATÉGIA DE LÚCIFER
O GENE GAY 2
A DISFORIA DE GÊNERO
(Pronunciamento
feito no Forum Convencional promovido pelo 5º ELAD - ENCONTRO DE LÍDERES DAS
ASSEMBLÉIAS DE DEUS. Rio de Janeiro, 23 a 26 de agosto de 1999.)
Introdução
Parecer
sobre a eutanásia para discussão no ELAD (Encontro de Líderes das Assembléias
de Deus) a ser realizado nos dias 24 - 27 de agosto de 1999, na sede da
CGADB, localizada à Estrada Vicente de Carvalho, 1085, Rio de Janeiro, RJ.
Definição
Eutanásia
vem de duas palavras gregas eu (eu) "bem", e qavnato"
(thanatos) "morte". Isso significa uma morte sem dor e sem trauma.
No uso contemporâneo se refere a prática de "matar por
misericórdia", quando se trata de facilitar a morte de pessoas que
sofrem terrivelmente de doenças incuráveis. Existe a eutanásia voluntária e a
forçada. Voluntária é com o pleno consentimento ou a pedido da própria
pessoa; e forçada quando é praticada sem o consentimento da pessoa.
Existe a
eutanásia ativa e passiva. Ativa quando se usa meios intencionais para dar
cabo a vida sem que a pessoa sofra dor. Passiva quando deliberadamente não se
faz uso dos recursos disponíveis para prolongar a vida. Aqui há uma diferença
significativa entre tirar a vida deixar a pessoa morrer. Usar instrumentos ou
meios intencionais é assassinato, à luz da Bíblia, e não é moralmente
correto. Enquanto que a eutanásia passiva pode ser discutível, dependendo do
contexto.
Há quem
chame de eutanásia provocar a morte sem dor às pessoas consideradas inúteis
tanto por problemas mentais como por deformação, nos regimes ditatoriais,
como no nazismo. Os nazistas consideravam essas pessoas como uma carga para a
sociedade e um estorvo econômico, político e racial. À luz da Bíblia isso é
assassinato e, portanto, não é moralmente correto. Isso é uma monstruosidade
sem limites.
O
que significa "Não Matarás?
"Não
matarás" (Êx 20.13). O verbo hebraico jxr (ratsach) aparece 47 vezes em
todo o Velho Testamento hebraico, sendo a primeira vez nos Dez Mandamentos
(Êx 20.13). "Não assassinarás", ou: "Não cometerás
assassinato" muitos acham que seria uma tradução mais exata, visto que
"não matarás" é uma expressão muito genérica. O verbo aqui, na
legislação mosaica, tem o sentido de proibir o homicídio premeditado, pois o
seu sentido é de um assassinato violento de um inimigo pessoal (Nm 35.27,
30). Não é usado para a execução legal de um assassino (Gn 9.6) e nem para
homicídio culposo, nem para defesa própria ou em situações de guerra.
A Pena Capital
A pena
capital aparece em toda a Bíblia. Foi estabelecida por Deus no pacto feito
com Noé (Gn 9.5, 6) e reaparece na lei de Moisés (Dt 19.21). Na lei de Moisés
havia diversas razões que poderiam levar a pessoa a sofrer a pena capital,
por exemplo:
Assassinato premeditado (Êx 21.23, 24);
invocação
de mortos (Lv 20.27);
seqüestro
(21.16);
blasfêmia
(Lv 24.10-13);
falsos
profetas (Dt 13.5-10);
sacrificar
a falsos deuses (Êx 22.20);
filhos
rebeldes (Dt 21.8-21);
e
adultério e estupro (Lv 20.10-21; Dt 22.2224);
bestialidade
(Êx 22.19; Lv 20.15, 16);
homossexualismo
(Lv 20.13);
incesto
(Lv 20. 11, 12, 14); e
profanação
do Sábado (Êx 35.2).
O Novo
Testamento não estabelece mas reconhece a pena capital (Rm 13.4). O Senhor
Jesus Cristo foi condenado à morte porque havia pena capital (Jo 19.11). Da
mesma forma Estêvão (At 7.59) Tiago (At 12.1, 2). Os escritores do Novo
Testamento reconhecem à pena capital, e em nenhum lugar das Escrituras
Sagradas encontramos crítica à ela. O Novo Testamento condena o mal uso que
as autoridades fizeram dela.
Segundo
dados da Anistia Internacional, só na década de 80, 40 mil pessoas foram
executadas, sendo mais de 80% delas só no Irã, China e África do Sul. Entre
1983 e 1987 30 mil criminosos foram executados na China. Hoje, cerca de 80
nações deixaram a pena capital, enquanto 35 países ainda o mantém.
O
objetivo da pena de morte não era restaurar a vida do assassinado ou reparar
o prejuízo, pois somente Deus pode dar a vida, mas para conter o crime. Deus
delegou aos governantes a autoridade de governar legitimamente o Estado. A
execução de uma pena capital é determinada pelo Estado, depois de julgamentos
e de todo um processo legal, tendo o réu amplos direitos de defesa. A Bíblia
não manda o Estado estabelecer a pena capital nos dias atuais, mas apenas
permite essa lei na legislação de um país (Rm 13.1-6).
Somos
contra a pena de morte porque não era o propósito original de Deus. Ele disse
7 vezes seria castigado quem a aplicasse a pena capital a Caim (Gn 4.15). O
fato de Jesus não aplicá-la à mulher adúltera (Jo 8.1-11) mostra que ele era
contra à pena de morte promulgada por Moisés noSinai (Lv 19.20-23; 20.10).
Como explicar Mt 5.17, 18, quando Jesus disse que veio cumprir a lei e não
destruí-la? A Bíblia diz que Jesus morreu para tornar livres os homens. Jesus
morreu pelos nossos pecados (1 Co 15.1-4). Isso significa que todos os nossos
crimes foram cravados na cruz de Cristo (Gl 3.13; Ef 2.15, 16), com isso
Jesus cumpriu a lei a aboliu à pena capital.
Entendemos
que o próprio Deus estabeleceu a pena de morte (Gn 9.6) e que está presente
no Novo Testamento. A diferença do Velho Testamento, é que lá a lei prescreve
como parte de um sistema legal, aqui, não é mandamento, conselho nem
incentivo; o Novo Testamento apenas reconhece que a pena capital existe. Por
isso tal prática fere o espírito e a essência do Cristianismo, que prega o
amor e o perdão. Reiteramos que somo contra a pena de morte, pois, além da
base teológica já apresentada, à luz da Bíblia, essa pena máxima não vai
resolver o problema da violência e da criminalidade, além disso, pode
fortalecer a corrupção. A solução está na mensagem transformadora do
Calvário.
A Guerra
Matar na
guerra justa para se defender do agressor (Gn 14.14, 15), e o caso de
homicídio acidental (Dt 19.4, 5) pode até não ser considerado como
assassinato e como tal não se enquadra no sexto mandamento do Decálogo. Do
contrário Deus estaria proibindo e permitindo uma mesma coisa na lei (Êx
17.8-16). Já vimos que o verbo hebraico usado para “não matarás” nunca é
usado na guerra. Um dos nomes de Deus é “SENHOR” ou “JEOVÁ dos Exércitos” (1
Sm 17.5), e de “Varão de Guerra” (Êx 15.3; Is 42.13). O SENHOR liderava essas
guerras e dava vitória a seu povo (2 Cr 13.12; 20.17, 22).
É
verdade que estamos na dispensação da graça e o cristianismo é pacifista,
Jesus disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados
filhos de Deus”(Mt 5.9). Mas, como cristãos somos cidadãos do céu (Fl 3.20) e
também da terra (Mt 22.21). Temos compromisso com o governo (Rm 13.1-7; 1 Tm
2.2; Tt 3.; 1 Pe 2.13, 14).
Os
direitos de César terminam onde começam os de Deus. Quando as normas baixadas
pelo Estado confrontarem com os princípios cristãos, nesse caso, a Palavra de
Deus prevalece, ela acima de qualquer constituição (Dt 17.18-20; At 4.19-,
20). Há guerras justas e injustas, todo o mundo tem o direito de defender o
que é seu, nesse caso o cristão não está pecando. Da mesma forma, também não
peca se se recusar ir a uma guerra injusta.
No Novo
Testamento encontramos Jesus mandando seus discípulos que não tinham espada
vender seus bolsas e alforges para comprar espadas. Interessante que duas
espadas foram apresentadas (Lc 22.35-38). Para que essas espadas?
O Suicídio
Há na
Bíblia apenas 5 casos de suicídio: Sansão (Jz 16.30); Aitofel ou Aitoquel (2
Sm 17.23); Zinri (1 Rs 16.18, 19); Saul (1 Sm 31.4-6); e Judas Iscariotes (Mt
27.3-5). O verbo hebraico usado no Decálogo, para “não matarás”, também é
aplicado no caso de suicídio, é portanto pecado.
O índice
maior de suicídio é nos países ricos. Os ricos tem suas necessidades
espirituais. Problemas de ordem familiar, de ordem social, de ordem
profissional. As riquezas não preenchem o vazio da alma humana. Pesquisas
apontam que o maior índice de suicídio está na faixa entre 21 e 35 anos de
idade, entre universitários, de classe média para cima e profissionais.
Suicídio é resultado do fracasso espiritual, tanto na maioria dos casos
atuais como nos 5 casos registrados na Bíblia. Ricos, pobres, intelectuais e
filósofos, ignorantes: todos clamam por paz de espírito e alegria na alma.
Jesus é insubstituível, ele veio para que o ser humano tenha vida (Jo 10.10).
Igreja e a
Eutanásia
Os criminosos
eram executados na forma da lei. Ninguém era condenado por tirar a vida de
outro numa guerra, mas isso não justifica a eutanásia por esta não ser
ensinada na Bíblia. O argumento em favor da eutanásia alegando que deixar
alguém sofrendo sem a mínima perspectiva de sobrevivência é menos moral do
que acelerar a morte para tal pessoa é humano e não tem base bíblica.
Há quem justifique a eutanásia se utilizando do argumento de que nem sempre
tirar a vida de alguém é assassinato, como na pena de morte, na guerra e no
caso de homicídio acidental.
"Matar
por misericórdia", mesmo com consentimento de quem está sofrendo, não é
moralmente correto, e tal pedido equivale ao suicídio. Assim, quem pratica
esse tipo de eutanásia é cúmplice de suicídio. A situação se torna ainda mais
grave quando é praticada sem o consentimento do paciente.
A vida
é santa em si e em sua finalidade. Somente Deus pode e tem o direito de dar a
vida e de tornar a tirá-la. O nosso dever é aliviar o sofrimento das pessoas
por outros métodos e não tirando-lhes a vida.
Tirar a
vida nos casos já visto: pena capital, na guerra e no homicídio acidental não
a mesma coisa que desligar um equipamento num hospital para apressar a morte
de alguém que está desenganado dos médicos ou oferecer drogas para antecipar
o óbito.
O
primeiro caso pode ser fundamentado na Bíblia, o último não, antes o
contrário, a Palavra de Deus manda que se dê um sedativo para aliviar o
sofrimento dessas pessoas "Dai bebida forte ao que está prestes a
perecer, e o vinho aos amargurados de espírito" (Pv 31.6). A
"bebida forte" tem o sentido de drogas anestésicas. A Bíblia Viva
parafraseou assim essa passagem bíblica: "As bebidas fortes são para os
doentes, que já estão a um passo da morte; o vinho é o companheiro de quem
está desiludido da vida".
O
sofrimento de Jó não justificou a eutanásia, ele se recusou amaldiçoar a Deus
e a morrer (Jó 2.9, 10). A vida é sagrada e somente Deus pode dar e tirar a
vida. Moisés pediu a Deus que tirasse a sua vida (Nm 11.15). O profeta Elias também
fez o mesmo pedido (1 Rs 19.4) e da mesma forma o profeta Jonas (Jn 4.3).
Deus não atendeu a nenhum desses pedidos. Isso mostra que a vida pertence a
Deus e não a nós mesmos. Deus sabe a hora em que a vida humana deve cessar e
ele é o soberano de toda a existência.
A Bíblia
condena a eutanásia “Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para
reter o espírito, nem poder sobre o dia da morte” (Ec 8.8). Ainda no livro de
Jó, lemos: “Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número
dos seus meses; e tu lhe puseste limites, e não passará deles” (Jó 14.5).
A
eutanásia passiva é deixar a pessoa morrer, por exemplo, pela suspensão de um
medicamento, quando não há mais esperança para a pessoa, mesmo depois de uma
possível recuperação a pessoa vai vegetar em vez de viver. A vida dessa
pessoa vai se tornar um tormento. Nesse caso a eutanásia pode, repito,
dependendo do contexto, ser discutido, isso não significa necessariamente uma
afirmação, mas uma possibilidade. Tudo vai depender das circunstâncias.
Suspender
o medicamento não é a mesma coisa que desligar um aparelho hospitalar.
Suspender o remédio é passivo, é deixar a pessoa morrer, ao passo que
desligar a máquina é ativo, é matar.
Considerando
a dignidade do indivíduo, como ser humano, e sobretudo, por ser a vida um dom
de Deus, cremos que somente o Criador tem o direito de dar cabo a vida. O
direito à vida é natural e inalienável e é parte da responsabilidade do
homem, como administrador dela. "Matar por misericórdia" é não
compreender o conceito cristão de sofrimento humano.
A
eutanásia, portanto, é a usurpação do direito soberano de Deus sobre a vida e
a morte.
Usos
e Costumes Defendidos Pelas Assembléias de Deus Missão Brasil
Definindo
os Termos
Princípio
"Ato
de principiar. Causa primeira. Origem. Razão fundamental. Elemento que
predomina na constituição de um corpo organizado. Ex.: Princípio da vida.
Convicção. (Grande Dicionário Ilustrado – Novo Brasil. Ed. 1979).
"Começo.
Causa, Origem. Razão fundfamental. Base. Preceito. Regra". (Dicionário
Álvaro Magalhães – E. Globo).
Princípios
são bases estabelecidas por Deus para orientação da sociedade humana, que
estabelecem parâmetros, dentro dos quais o homem é aceito e se relaciona com
o Criador.
"Regras
fundamentais e gerais de qualquer ciência ou arte. Ex.: Princípios
fundamentais das Ciências, da Física, da Química, da Matemática, da
Filosofia, ...da Religião".
Tradição
É a
transmissão de ensinos, práticas, crenças de uma cultura de uma geração a
outra. A palavra grega para tradição é paradosis, usada no sentido negativo
(Mt 15.2; Gl 1.14); e também no sentido positivo (2 Ts 2.15). Quando se
coloca a tradição acima da Bíblia ou em pé de igualdade com ela a tradição
assume uma conotação negativa. Muitas vezes é usada simplesmente para
camuflar nossos pecados. O problema dos fariseus e da atual Igreja Católica é
justamente por receber a tradição como Palavra de Deus. Disse alguém:
"Tradição é a fé viva dos que agora estão mortos, e tradicionalismo é a
fé morta dos que agora estão vivos".
Quando
afirmamos que temos as nossas tradições, não estamos com isso dizendo que os
nossos usos e costumes tenham a mesma autoridade da Palavra de Deus, mas que
são bons costumes que devem ser respeitados por questão de identidade de
nossa igreja. Temos mais 100 anos, somos um povo que tem história, identidade
definida, e acima de tudo, nossos costumes sãos saudáveis. Deus nos trouxe
até aqui da maneira que nós somos e assim, cremos, que sem dúvida alguma ele
nos levará até ao fim.
A
Resolução de Santo nos Dias Atuais
A Resolução
"E
ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor, sou santo, e separei-vos dos povos,
para serdes meus", Lv 20.26.
Nossas
Igrejas defendem o ponto de vista bíblico no tocante aos sadios princípios
estabelecidos como doutrina na Palavra de Deus – a Bíblia Sagrada – e
conservamos como costumes desde o início desta Obra no Brasil. Imbuída sempre
dos mais altos propósitos, nós e nossa Convenção Geral, deliberou pela
votação unânime e dos delegados das igrejas da mesma fé e ordem, em nosso
país, que as mesmas igrejas se abstenham do seguinte:
1. Uso de cabelos crescidos, pelos membros do
sexo masculino;
2. Uso de traje masculino, por parte dos membros
ou congregados, do sexo feminino;
3. Uso de pinturas nos olhos, unhas e outros
órgãos da face;
4.
Corte de cabelos, por parte das irmãs (membros
ou congregados);
5.
Sobrancelhas alteradas;
6.
Uso de mini-saias e outras roupas contrárias
ao bom testemunho da vida cristã;
7.
Uso INDEVIDO de aparelho de televisão –
convindo abster-se, tendo em vista a má qualidade da maioria dos seus
programas; abstenção essa que justifica, inclusive, por conduzir a eventuais
problemas de saúde; e indução de maus costumes pela mídia.
8.
Uso de bebidas alcoólicas.
9.
Uso de drogas em geral
Nossa Convenção
resolve manter relações fraternais com outros movimentos pentecostais, desde
que não sejam oriundos de trabalhos iniciados ou dirigidos por pessoas
excluídas das 'Assembléias de Deus', bem como manter comunhão espiritual com
movimentos de renovação espiritual, que mantenham os mesmos princípios
estabelecidos nesta resolução. Relações essas que devem ser mantidas com
prudência e sabedoria, a fim de que não ocorram possíveis desvios das normas
doutrinárias esposadas e defendidas pelas Assembleias de Deus Missão Brazil.
O Manual do CAPED, edição de 1999, CPAD, Rio, p. 92,
diz: " Há pelo menos três diferenças básicas entre doutrina bíblica e
costume puramente humano. Há costumes bons e maus. A doutrina bíblica conduz
a bons costumes."
Quanto
à origem
- A
doutrina é divina
- O costume é humano
Quanto
ao alcance
- A
doutrina é geral
- O costume é local
Quanto
ao tempo
- A
doutrina é imutável
- O costume é temporário
A
doutrina bíblica gera bons costumes, mas bons costumes não geram doutrina
bíblica. Igrejas há que têm um somatório imenso de bons costumes, mas quase
nada de doutrina. Isso é muito perigoso! Seus membros naufragam com
facilidade por não terem o lastro espiritual da Palavra”.
A
palavra grega usada para “doutrina” no NT é didache, que segundo o
Diccionario Conciso Griego – Español del Nuevo Testamento, siginfica: “o que
se ensina, ensino, ação de ensinar, instrução”.
(Jo
7.16, 17; At 5.28; 17.19; e didaskalia, que segundo o já citado dicionário é:
“o que se ensina, ensino, ação de ensinar, instrução”. O Léxico do N.T.
Grego/Português, de F. Wilbur Gingrich e Frederick W. Danker, Vida Nova, São
Paulo, 1991, p. 56,diz que didasskalia é:
“Ato
de ensino, instrução Rm 12.7; 15.4; 2 Tm 3.16. Num sentido passivo = aquilo
que é ensinado, instrução, doutrina Mc 7.7; Cl 2.22; 1 Tm 1.10; 4.6; 2 Tm
3.10; Tt 1.9)”; e didache: “ensino como atividade, instrução Mc 4.2; 1 Co
14.6; 2 Tm 4.2. Em um sentido passivo = o que é ensinado, ensino, instrução
Mt 16.12; Mc 1.27; Jo 7.16s; Rm 16.17; Ap 2.14s, 24. Os aspectos at. e pass.
podem
ser denotados em Mt 7.28; Mc 11.18; Lc4.32”. Segundo a Pequena Enciclopédia
Bíblica, Orlando Boyer, doutrina é “tudo o que é objeto de ensino;
dïsciplina” (Vida, S. Paulo, 1999, p. 211).
À luz da
Bíblia, doutrina é o ensino bíblico normativo terminante, final, derivado das
Sagradas Escrituras, como regra de fé e prática de vida, para a Igreja, para
seus membros, vista na Bíblia como expressão prática na vida do crente, e
isso inclui as práticas, usos e costumes.
Elas são
santas, divinas, universais e imutáveis.
Nos próprios dicionários seculares encontramos esse mesmo conceito sobre
doutrina: “É o complexo de ensinamentos de uma escola filosófica, científica
ou religiosa. Disciplina ou matéria do ensino. Opinião em matéria científica”
(Dicionário Álvaro de Magalhães). “Conjunto de princípios de um sistema
religioso, políticos ou filosóficos. Rudimentos da fé cristã. Método,
disciplina, instrução, ensino” (Dicionário Ilustrado Novo Brasil, ed. 1979).
Costume
A
Pequena Enciclopédia Bíblica, Orlando Boyer, define costume como “Uso,
prática geralmente observada”. (p. 169). As palavras gregas usadas para
“costume são ethos (Lc 2.42; Hb 10.25) e synetheia (Jo 18.19; 1 Co 8.7;
11.16).A primeira, de onde vem a palavra “ética”, significa costume com
sentido de “lei, uso” (Lc 1.9). Não é biblicamente correto usar doutrina e
costume como se fosse a mesma coisa. O costume é “Prática habitual. Modo de
proceder.
Jurisprudência
baseada em uso; modo vulgar; particulariedade; moda; trajo característico,
procedimento; modo de viver”. Os costumes visto pela ótica cristã, são linhas
recomendáveis de comportamento. Estão ligados ao bom testemunho do crente
perante o mundo. Estão colocados no contexto temporal, não estão
comprometidos diretamente com a salvação.
Os
costumes em si são sociais, humanos, regionais e temporais, porque ocorrem na
esfera humana, sendo inúmeros deles gerados e influenciados pelas etnias,
etariedade, tradições, crendices, individualismo, humanismo, estrangeirismo e
ignorância.
Convém
atualizar essa redação omitindo a expressão “como doutrina”, ficando assim:
“sadios princípios estabelecidos na Palavra de Deus – a Bíblia Sagrada – e
conservados como costumes desde o início desta Obra no Brasil”.
Quanto aos 8 princípios da Resolução, uma maneira de colocar numa linguagem
atualizada é:
1.
Ter os homens cabelos crescidos (1 Co 11.14),
bem como fazer cortes extravagantes;
2.
As mulheres usarem roupas que são peculiares
aos homens e vestimentas indecentes e indecorosas, ou sem modéstias (1 Tm
2.9, 10);
3.
Uso exagerado de pintura e maquiagem - unhas,
tatuagens e cabelos- (Lv 19.28; 2 Rs 9.30);
4.
Uso de cabelos curtos em detrimento da
recomendação bíblica (1 Co 11.6, 15);
5.
Mal uso dos meios de comunicação: televisão,
Internet, rádio, telefone (1 Co 6.12; Fp 4.8); e
6.
Uso de bebidas alcoólicas e embriagantes (Pv
20.1; 26.31; 1 Co 6.10; Ef. 5.18).
Os itens
2 e 6 foram colocados num mesmo item, pois se trata de um mesmo assunto.
Colocamos referências bíblicas porque os nossos costumes são norteados pela
Palavra de Deus. Precisamos ter consciência de que os nossos costumes não
impedem o crescimento da Igreja.
Hoje em
dia há igrejas para todos os gostos, mas nós temos compromisso com Deus, com
sua Palavra e com o povo. O objetivo de conquistar as elites da sociedade em
detrimento de nossos costumes e tradições não é bom negócio.
Isso tem
causado muitos escândalos e divisões e não levam a resultados positivos.
Somos o que somos, devemos aperfeiçoar as nossas estratégias de evangelismo e
não mudar arbitrariamente os nossos costumes, pois isso choca a maioria dos
crentes. Criar novos métodos para alcançar os pecadores, isso sim, para que o
nosso crescimento possa continuar.
Falta de
crescimento
Outro
ponto que convém ressaltar que a falta de crescimento de algumas igrejas não
é pelo fator usos e costumes, como muitas vezes tem sido enfatizado nos
encontros de obreiros da nossa conversão, como foi ressaltado, pois mais de
85% dos líderes das Assembleias de Deus reconhecem a necessidade de
preservação de nossas tradições, usos e costumes e de nossa identidade, mas
sim, por falta de visão e de objetivos de seus líderes.
Essa
deficiência pode ser vista e comprovada dos dois lados, tantos dos favoráveis
às mudanças como com os que querem manter o mesmo sistema histórico das
Assembléias de Deus. O crescimento da igreja, à luz da Bíblia, é conseqüência
de evangelismo, discipulado e oração; e o avivamento, fruto de jejum, oração
e de arrependimento, e não resultado de usos, costumes e tradição. Em tudo
que é extra bíblico é anti-bíblico. Nem tudo que nos interessa é condenado e
pecado. Não podemos julgar ou condenar outros grupos porque adotaram
liturgias estranhas e costumes diferentes dos nossos, e nem alcunhar nossos
companheiros de ministério de liberais, pois “liberal” é uma palavra
ofensiva.
Os
liberais sãos os que não acreditam na inspiração e autoridade das Escrituras,
os que negam o nascimento virginal de Jesus, não reconhecem a existências de
verdades absolutas. Discordar deles é uma coisa, mas agredir é outra muito
diferente, e fere o espírito cristão do amor fraternal.
Devemos,
sim, preservar os nossos costumes.
A salvação é um ato da graça de Deus pela fé em Jesus. A Bíblia ensina que
somos salvos pela fé em Jesus (Rm 3.28; Gl 2.16; Ef 2.8-10; Tt 3.5). Todos os
crentes são salvos porque um dia ouviram alguém falar de Jesus e creram nessa
mensagem. Ninguém fez nada, absolutamente, para ser salva, a não ser a fé em
Jesus. Como conseqüência da salvação temos o fruto do Espírito (Gl 5.22).
A vida
de santificação é resultado da nova vida em Cristo, e não um meio para a
salvação. Cristianismo é religião de liberdade no Espírito e não um conjunto
de regras e de ritos. Acrescentar algo mais que a fé em Jesus como condição
para salvação é heresia e desvio da fé cristã (Gl 5.1-4). Mas, ir além da
liberdade cristã, extrapolando os limites é libertinagem (Gl 5.13). A fé
cristã requer compromissos e por isso vivemos uma vida diferente do mundo, do
contrário essa fé seria superficial e não profunda, como encontramos no
apóstolo Paulo (Gl 2.20). Não existe instituição sem normas, nós temos as
nossas.
Quando
os gentios de Antioquia se converteram à fé cristã a igreja de Jerusalém
enviou Barnabé para discipular aqueles novos crentes (At 11.20-22). Ele
Entendia que os costumes só devem ser mantidos quando necessários, pois ensinar
costumes, culturas e tradições como condição para salvação, é heresia e
caracteriza seita. Barnabé sabia que a tradição judaica era mais uma forma de
manter a identidade nacional e que isso em nada implicaria na salvação desses
novos crentes, portanto, não seria necessário observar o ritual da lei de
Moisés (At 15.19, 20).
Os
judeus não eram mais crentes do que os gentios por causa dos seus costumes e
nem consideravam os gentios menos crentes do que eles. Pedro pregava aos
judeus o “evangelho de circuncisão”, enquanto Paulo o da “incircuncisão”, ou
seja, Pedro pregava aos judeus e Paulo aos gentios (Gl 2.7-9). Não se trata
de dois evangelhos, mas de um só evangelho, apresentado de forma diferente.
Isso é muito importante porque as convicções religiosas são pessoais e o
apóstolo Paulo respeitava essas coisas. Havia os irmãos que achavam que devia
guardar dias e se abster de certos alimentos, outros consideravam iguais
todos os dias e comiam de tudo (Rm 14.1-8). Ele não procurou persuadir a
ninguém dessa ou da outra maneira.
Diante
disso, aprendemos que nenhum pastor deve persuadir o crente para deixar de
observar os costumes da igreja. Isso é algo de foro íntimo. Da mesma forma,
um não deve criticar o outro, porque o que ambos fazem é para Deus, além disso,
o apóstolo via que se tratava de uma questão cultural (Rm 14.6-10).
Proibições sem a devida fundamentação, principalmente bíblica, é fanatismo.
Quem faz de sua religião o seu Deus não terá Deus para sua religião.
Isso nos
mostra que o nossos costumes não são condição para a salvação, eles devem ser
mantidos para a preservação de nossa identidade como denominação. Não devemos
criticar os outros e nem forçar ninguém a crer contra suas próprias
convicções religiosas. Há pastores que agridem o rebanho e desrespeitam seus
companheiros porque querem demolir nosso patrimônio histórico-espiritual a
todo custo. Deus quer a Assembléia de Deus como ela é, na sua maioria.
As
outras denominações foram chamadas como elas são, é assim que Deus quis, Ele
é soberano. O mesmo Jesus que chamou Mateus disse para outros que não o
seguisse. A vontade de Deus para a minha vida não a mesma para a vida de
outras pessoas. Embora todos nós estejamos na direção e vontade de Deus,
porém com chamadas diferente.
Da liturgia
Cada
igreja tem seu público alvo que pretende alcançar. A nossa Igreja é bem
conhecida em todo o país e tem sua linha traçada. As Assembléias de Deus não
nasceram com projeto político, empresarial e nem com plano específico para
evangelizar as elites da sociedade.
O nosso
projeto é ganhar o povo para Jesus e fundar igrejas locais em todos as
cidades e bairros de nosso país. Foi com essa estrutura que Deus nos trouxe
até aqui e nos fez a maior igreja evangélica do país.
Nós
somos pentecostais clássicos, isso significa que somos modelos para os
outros, são eles, portanto, eles é que devem aprender com as Assembléias de
Deus e não nós com eles, em matéria de doutrina pentecostal. É muita falta de
bom senso e de respeito para com nossa denominação copiar grupos neo-pentecostais
que sequer sabemos quem são, nem de onde vêm e nem para onde vão.
A
avalanche de igrejas neo-pentecostais com liturgias e crenças para todos os
gostos, tem levado alguns de nossos líderes a se fascinarem por esses
movimentos, imitando e copiando seu sistema litúrgico. Ora, quem pertence a
nossa Igreja não está enganado, são crentes que sabem o que querem, que
conhecem nossa doutrina, tradição, usos e costumes e com a nossa forma de
adoração.
É também
correto afirmar que a grande maioria se sente bem em nossos cultos de
adoração a Deus.
As tentativas de mudanças são sempre um fiasco porque, quem não gosta de
nossa maneira de cultuar a Deus já saiu, já foi embora para outras
denominações. Por que imitar e copiar outros movimentos? Se eles inventaram suas
inovações, certamente as conhece muito melhor que nós.
Quem
procura imitar esses movimentos não se identifica com a nossa denominação e
nem com a deles. Imitação sempre é imitação. Não conquista os pecadores para
Cristo, pois não tem público alvo definido. Não conquista outro público
porque essas pessoas já conhecem a Assembléia de Deus. Por mais que se queira
provar que são outros costumes, que as coisas mudaram, não persuadir as
pessoas porque a marca das Assembléias de Deus são muito fortes.
Movimento G-12
Em
virtude do abençoado crescimento das Assembléias de Deus no Brasil, grupos
estranhos de pseudo-evangélicos trabalham em planos cientificamente
preparados, usando forte marketing tentando dividir e enfraquecer a Igreja de
Deus.
No
desejo de verem suas igrejas crescerem, desprezam o mais eficiente e mais
aprovado método bíblico contido no livro de Atos dos Apóstolos, aceitando e
envolvendo outros nos "encontros" - modelos reprovados pela palavra
de Deus.
As tais reuniões secretas do G-12 são práticas usadas semelhantemente pelo
espiritismo.
Essa
nova tática vem promovendo mudanças na liturgia das igrejas, permitindo seus
participantes tornarem os cultos uma verdadeira confusão, onde a decência e a
ordem não mais existem, além de tirar a liberdade da verdadeira adoração a
Deus. São novas heresias iguais as outras que tenta eliminar a eficácia da
morte de Jesus no Calvário.
O G-12 leva seus participantes a pronunciamentos, confissões e até chegam à
petulância de dizer que perdoam Deus, afirmando ser "uma coisa
tremenda", induzindo as pessoas a aceitarem adendos e retoques à obra do
Calvário.
O plano
de Deus realizado por Jesus na Cruz é completo, perfeito, insubstituível, e
não aceita apêndices.
Lamentavelmente, alguns irmãos e até obreiros embriagaram-se com o G-12.
O apóstolo Paulo nos advertiu em Gálatas 1.8: "Mas, ainda que nós mesmos
ou um anjo do céu vos pregassem outro evangelho além do que já pregamos, seja
anátema".
Estranhamos
o comportamento de alguns obreiros aceitando determinadas inovações. Estariam
eles enganados, como os que participaram das conferências do Reverendo Moom?
Preocupa-nos!
Seria falta de mais conhecimento bíblico? Deficiência na estrutura
ministerial ou ainda não tiveram um verdadeiro encontro com Jesus, embora
sejam obreiros?
Depois
de desfrutarmos do atendimento cuidadoso do Espírito Santo por mais de 100 anos,
que é comprovado pela expansão das Assembléias de Deus no Brasil, será que
precisamos dessas aventuras "evangélicas" importadas, para vermos
crescer nossas igrejas?
Sentindo a necessidade de maior conhecimento das doutrinas fundamentais da
Palavra de Deus, estamos realizando simpósios de doutrina, ministrados pelo
Conselho de Doutrina da CED, em todas as regiões do nosso país.
É de
vital importância a vigilância pelos nossos pastores, para proteger o rebanho
do Senhor contra os exploradores, cuja "visão"-
"tremenda", não é a espiritual, mas fatia comercial, com o objetivo
de obter o já previsto por tais aproveitadores.
As
práticas estranhas da quebra de maldição, cura interior e regressão,
acompanhados de música indutiva, incentivando as pessoas à técnica de
"liberar" gritos, danças e urros, nunca fizeram parte do nosso
culto a Deus.
"Que direis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem
salmos, tem doutrina, tem revelação, tem interpretação. Faça-se tudo para
edificação." 1 Co 14.26-31
A aceitação dessas inovações anti-bíblicas já está produzindo o resultado
desejado por esses senhores – a divisão de grupos em nossas igrejas.
A
"tremenda regressão", tão propalada pelos praticantes do G-12, é
uma tentativa de anular o perdão de Jesus, recebido por nós. Tenta também
aniquilar o valor da purificação do sangue de Jesus.
Portanto, tudo isso não passa de heresia (leia Is 38.17; Jr 31.34 e Mq
7.18-19).
A fogueira santa usada para queima das listas de pecados, os ambientes
escuros e os gritos de libertação, não fazem parte de culto da Assembléia de
Deus, e têm mais semelhanças com práticas do candomblé e de outras filosofias
e seitas secretas ou ocultas.
Pastores,
líderes, obreiros, irmãos em Jesus Cristo! Deus nos colocou como verdadeiros
atalaias. Despertemos!
"Retendo
firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso,
tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes."
Tt 1.9
Mesa diretora da CGADB
Pastor José Wellington Bezerra da Costa
Presidente
Divórcio
Resolução
N° 001/95
Dispõe Sobre o Divórcio
A 32ª Assembléia Geral Ordinária da Convenção das Assembléias de Deus no
Brasil resolve:
Artigo
1° - As Assembléias de Deus no
Brasil, tendo em vista a legislação vigente e o preceito bíblico expresso em
Mateus 5.31, 32 e 19.9, e outras passagens similares, somente acolherão o
divórcio nos casos de infidelidade conjugal e crimes hediondos devidamente
comprovados, admitindo-se, nesses casos, novo matrimônio, esgotados todos os
recursos para reconciliação.
Parágrafo
Único – Entende-se por
infidelidade conjugal, a prática do adultério, e por crimes hediondos:
1.
o tráfico e consumo de drogas e coisas assim;
2.
a prática do terrorismo e suas formas de
expressão;
3.
o homicídio qualificado ou doloso; e
4.
o desvio sexual.
Artigo
2° - O ministro ou oficial
divorciado, caso venha a contrair novas núpcias enquanto viver o ex-conjugue,
poderá permanecer ou não na sua condição ministerial ou função, depois que
seu caso for examinado cuidadosamente por sua Convenção ou Ministério
Regional, em primeira instância, e se houver necessidade, em segunda
instância pela Mesa Diretora da Convenção Geral, assistida pelo Conselho de
Doutrina.
Artigo
3° - O pastor que acolher
obreiro que se tenha divorciado e contraído novas núpcias e sem observar o
que se contém no Artigo 2° desta resolução, será responsabilizado perante a Mesa
Diretora da Convenção Geral.
Leia meu artigo sobre o assunto
O DIVÓRCIO, O PASTOR, A IGREJA E O NOVO CASAMENTO
Casamento
Homossexual
A
Posição da Assembléia de Deus Diante do Casamento de Homossexuais
A
decadência moral e espiritual do povo brasileiro está chegando a extremos sem
precedentes na história do país. Recentemente, o Congresso Nacional submeteu
à votação dos deputados o Projeto de Lei 1.151/95, que disciplina o
"Contrato de Parceria Civil Registrada entre Pessoas do Mesmo
Sexo".
A
autoria do Projeto justifica que "a aceitação legal da união civil entre
pessoas do mesmo sexo encorajará mais gays e lésbicas a assumirem sua
orientação sexual, e ... essa realidade somente tornará mais fácil a vida das
pessoas...".
O salmista Davi, já no seu tempo, tinha toda razão em clamar por justiça, ao
perguntar: "Na verdade que já os fundamentos se transtornam; que pode
fazer o justo?" (Salmo 11.3).
A
Assembléia de Deus não pode aceitar em silêncio que Projetos de leis
contrários à Bíblia e aos padrões morais da nossa sociedade, como estes,
venham atolar ainda mais a sociedade brasileira, que sobrevive em meio a
tantas mazelas.
Ainda
mais que, com essa "união", haverá abertura para a adoção de
crianças por pais adotivos homossexuais, as quais, inevitavelmente,
assimilarão os mesmos princípios praticados pelos "pais".
Tais
projetos, sem dúvida, são de inspiração demoníaca.
A liderança de nossa igreja expressou, em um encontro exclusivo com o
Presidente da República, o nosso posicionamento bíblico sobre a união de
homossexuais, a legalização do aborto e das drogas:
Somos
100% contra tais projetos. Enfatizamos que a aprovação de leis como estas
significam uma afronta à sociedade cristã brasileira, que acredita nos
princípios bíblicos. Concordar com essa sugestão abominável, significa voltar
às costas ao Criador que instituiu o casamento entre "macho e
fêmea", Gênesis 2.24 e não entre indivíduos do mesmo sexo. O
homossexualismo é uma perversão satânica dos instintos sexuais do ser humano.
Vale
aqui lembrar que a Bíblia não classifica o homossexualismo como doença
qualquer, pelo contrário, afirma claramente que se trata de uma deliberada
desobediência a Deus e aos seus mandamentos. Está escrito em 1 Coríntios 6.10
o seguinte: "Não erreis; nem os devassos, nem os idólatras, nem os
adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os
avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o
reino de Deus".
Nós
preferimos ficar com os ensinos das Sagradas Escrituras a aceitar sugestões
dos maiores estudiosos do assunto. Os tais receberão, no devido tempo, o
galardão pelas suas práticas imorais e pecaminosas e pela tolerância e
simpatia a elas.
Porém
não concordamos que isto seja um mal incurável. Ninguém tem que viver infeliz
a vida toda. Foi por esta razão que Cristo, o Filho de Deus, veio ao mundo:
para resolver problemas humanamente insolúveis, como estes. Jesus mesmo
afirmou: "Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis
livres", João 8.36. Inúmeros irmãos e irmãs, hoje membros de nossas
igrejas, são testemunhas vivas do que o Senhor fez em suas vidas,
libertando-os de tais perversões.
Portanto,
estamos absolutamente convictos que a solução para os homossexuais,
bissexuais e lésbicas não está na oficialização do casamento civil, mas, sim,
no arrependimento e abandono completo dessas práticas e na aceitação da
salvação em Cristo. Os maiores índices de suicídios ocorrem nos países
europeus como Suíça, Dinamarca e outros, onde essa "união" é legal.
Inovações
Por
que não optamos pelas inovações?
Renovação ou
inovação?
Embora
muito semelhantes na pronúncia, estas palavras revelam-nos profundas
divergências no contexto pentecostal. Renovar é mudar para melhor ou melhorar
em alguns aspectos, enquanto que inovar é modificar o antigo e introduzir
novos costumes, novas práticas e, no nosso caso, novas liturgias e maneiras
de adoração no culto a Deus. Inovar, enfim, é querer tornar a igreja
diferente, conformando-a, muitas vezes, com o mundo.
No meio
em que vivemos, presenciamos todos os dias inovações das mais diversas.
Algumas, até razoáveis; outras, esquisitas, antibíblicas. Não podem suportar
as intempéries do tempo, porque, geralmente, são movimentos baseados na
presunção, na porfia e noutros sentimentos carnais.
Observamos
esses fatos, apenas, para lembrar que não precisamos copiar ou importar
costumes e métodos para manter a estabilidade que o Espírito Santo nos legou,
até aqui.
Liturgias
humanas passam. Não, porém, a liturgia dos cultos da igreja primitiva. Veja 1
Co 14.26. Doutrinas meramente humanas, logo cedem passagem para outras, recém-descobertas.
Não, porém, a doutrina dos apóstolos. Rejeitemos essas inovações. Devemos
expurgá-las do nosso meio!
A
renovação de que precisamos, não seria melhorar alguns aspectos ao que já
funcionou, comprovadamente, no início? E esta nova geração de obreiros não é
fruto disso? O número atual de crentes, de templos, de obras sociais, de
pastores, porventura não é a prova da eficácia do método de trabalho dos
pioneiros? Podemos julgá-lo obsoleto?
A
renovação de que precisamos, antes de quaisquer métodos ou estratégias, é o
urgente retorno ao altar da oração, da busca da sabedoria e da fé, dons do
Espírito, indispensáveis na execução das obras de Deus.
Da
oração, porque orando tornamo-nos humildes diante de Deus; da sabedoria,
porque ela é a mola mestra que norteia decisões; da fé, porque sem ela é
impossível agradar a Deus.
Renovar
sim. Inovar não.
|
A CURA DIVINA
Mt 8.16,17 “E, chegada a tarde,
trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e ele, com a sua palavra, expulsou deles
os espíritos e curou a todos os que estavam enfermos, para que se cumprisse o
que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e levou as nossas doenças.”
A Provisão Redentora de Deus
O problema das enfermidades e
das doenças está fortemente vinculado ao problema do pecado e da morte, i.e.,
às conseqüências da queda. Enquanto a ciência médica considera as causas das
enfermidades e das doenças em termos psicológicos ou psicossomáticos, a
Bíblia apresenta as causas espirituais como sendo o problema subjacente ou
fundamental desses males. Essas causas são de dois tipos: (a) O pecado, que
afetou a constituição física e espiritual do homem (Jo 5.5,14), e (b) Satanás
(At 10.38; cf.Mc 9.17, 20.25; Lc 13.11; At 19.11,12).
A provisão de Deus através da
redenção é tão abrangente quanto às conseqüências da queda. Para o pecado,
Deus provê o perdão; para a morte, Deus provê a vida eterna, e a vida
ressurreta; e para a enfermidade, Deus provê a cura (cf. Sl 103.1-5; Lc 4.18;
5.17-26; Tg 5.14,15). Daí, durante a sua vida terrestre, Jesus ter tido um
tríplice ministério: ensinar a Palavra de Deus, pregar o arrependimento (o
problema do pecado) e as bênçãos do reino de Deus (a vida) e curar todo tipo
de moléstia, doença e enfermidade entre o povo (4.23,24).
A Revelação da Vontade de Deus
sobre a Cura
A vontade de Deus no tocante à cura divina é revelada de quatro maneiras
principais nas Escrituras.
A declaração do próprio Deus.
Em Êx 15.26 Deus prometeu saúde e cura ao seu povo, se este permanecesse fiel
ao seu concerto e aos seus mandamentos. Sua declaração abrange dois aspectos:
(a) “Nenhuma das enfermidades porei sobre ti [como julgamento], que pus sobre
o Egito”; e (b) “Eu sou o SENHOR, que te sara [como Redentor]”. Deus
continuou sendo o Médico dos médicos do seu povo, no decurso do AT, sempre
que os seus sinceramente se dedicavam a buscar a sua face e obedecer à sua
Palavra (cf. 2Rs 20.5; Sl 103.3).
O ministério de Jesus. Jesus,
como o Filho encarnado de Deus, era a exata manifestação da natureza e do
caráter de Deus (Hb 1.3; cf. Cl 1.15; 2.9). Jesus, no seu ministério terreno
(4.23,24; 8.14-16; 9.35; 15.28; Mc 1.32-34,40,41; Lc 4.40; At 10.38),
revelava a vontade de Deus na prática (Jo 6.38; 14.10), e demonstrou que está
no coração, na natureza e no propósito de Deus curar todos os que estão
enfermos e oprimidos pelo diabo.
A provisão da expiação de
Cristo. (Is 53.4,5; Mt 8.16,17; 1Pe 2.24). A morte expiatória de Cristo foi
um ato perfeito e suficiente para a redenção do ser humano total — espírito,
alma e corpo. Assim como o pecado e a enfermidade são os gigantes gêmeos,
destinados por Satanás para destruir o ser humano, assim também o perdão e a
cura divina vêm juntos como bênçãos irmanadas, destinadas por Deus para nos
redimir e nos dar saúde (cf. Sl 103.3; Tg 5.14-16).
O crente deve prosseguir com
humildade e fé e apropriar-se da plena provisão da expiação de Cristo,
inclusive a cura do corpo.
O ministério contínuo da igreja. Jesus comissionou seus doze discípulos para
curar os enfermos, como parte da sua proclamação do reino de Deus (Lc
9.1,2,6).
Posteriormente, Ele comissionou
setenta discípulos para fazerem a mesma coisa (Lc 10.1, 8,9, 19). Depois do
dia de Pentecoste o ministério de cura divina que Jesus iniciara teve
prosseguimento através da igreja primitiva como parte da sua pregação do
evangelho (At 3.1-10; 4.30; 5.16; 8.7; 9.34; 14.8-10; 19.11,12; cf. Mc 16.18;
1Co 12.9,28,30; Tg 5.14-16). O NT registra três maneiras como o poder de Deus
e a fé se manifestam através da igreja para curar:
a imposição de mãos (Mc
16.15-18; At 9.17);
a confissão de pecados conhecidos, seguida da unção do enfermo com óleo pelos
presbíteros (Tg 5.14-16); e
os dons espirituais de curar concedidos à igreja (1Co 12.9). Note que são os
presbíteros da igreja que devem cuidar desta “oração da fé”.
Impedimento à Cura
Às vezes há, na própria pessoa, impedimentos à cura divina, como:
pecado não confessado (Tg
5.16);
opressão ou domínio demoníaco (Lc 13.11-13);
medo ou ansiedade aguda (Pv 3.5-8; Fp 4.6,7);
insucessos no passado que debilitam a fé hoje (Mc 5.26; Jo 5.5-7);
o povo (Mc 10.48);
ensino antibíblico (Mc 3.1-5; 7.13);
negligência dos presbíteros no que concerne à oração da fé (Mc 11.22-24; Tg
5.14-16);
descuido da igreja em buscar e receber os dons de operação de milagres e de
curas, segundo a provisão divina (At 4.29,30; 6.8; 8.5,6; 1Co 12.9,10,29-31;
Hb 2.3,4);
incredulidade (Mc 6.3-6; 9.19, 23,24); e
irreverência com as coisas santas do Senhor (1Co 11.29,30). Casos há em que
não está esclarecida a razão da persistência da doença física em crentes
dedicados (Gl 4.13,14; 1Tm 5.23; 2Tm 4.20). Noutros casos, Deus resolve levar
seus amados santos ao céu, durante uma enfermidade (cf. 2Rs 13.14,20).
O que devemos fazer quando em
busca da Cura Divina
O que deve fazer o crente quando ora pela cura divina para si?
Ter a certeza de que está em
plena comunhão com Deus e com o próximo (Mt 6.33; 1Co 11.27-30; Tg 5.16; ver
Jo 15.7).
Buscar a presença de Jesus na sua vida, pois é Ele quem comunica ao coração
do crente a necessária fé para a cura (Rm 12.3; 1Co 12.9; Fp 2.13; ver Mt
17.20).
Encher sua mente e coração da
Palavra de Deus (Jo 15.7; Rm 10.17).
Se a cura não ocorre, continuar e permanecer nEle (Jo 15.1-7), examinando ao
mesmo tempo sua vida, para ver que mudanças Deus quer efetuar na sua pessoa.
Pedir as orações dos presbíteros da igreja, bem como dos familiares e amigos
(Tg 5.14-16).
Assistir a cultos em que há
alguém com um autêntico e aprovado ministério de cura divina (cf. At 5.15,16;
8.5-7).
Ficar na expectativa de um milagre, i. e., confiar no poder de Cristo (7.8;
19.26).
Regozijar-se caso a cura ocorra na hora, e ao mesmo tempo manter-se alegre,
se ela não ocorrer de imediato (Fp 4.4,11-13).
Saber que a demora de Deus em
atender as orações não é uma recusa dEle às nossas petições. Às vezes, Deus
tem em ente um propósito maior, que ao cumprir-se, resulta em sua maior
glória (cf. Jo 9.13; 11.4, 14,15,45; 2Co 12.7-10) e em bem para nós (Rm
8.28).
Reconhecer que, tratando-se de
um crente dedicado, Deus nunca o abandonará, nem o esquecerá. Ele nos ama
tanto que nos tem gravado na palma das suas mãos (Is 49.15,16).
Nota: A Bíblia reconhece o uso apropriado dos recursos médicos (9.12; Lc
10.34; Cl 4.14).
A IGREJA
Mt 16.18: “Pois também eu te
digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
A palavra grega ekklesia (igreja), literalmente, refere-se à reunião de um
povo, por convocação (gr. ekkaleo). No NT, o termo designa principalmente o
conjunto do povo de Deus em Cristo, que se reúne como cidadãos do reino de
Deus (Ef 2.19), com o propósito de adorar a Deus. A palavra “igreja” pode
referir-se a uma igreja local (Mt 18.17; At 15.4) ou à igreja no sentido
universal (16.18; At 20.28; Ef 2.21, 22).
A igreja é apresentada como o
povo de Deus (1Co 1.2; 10.32; 1Pe 2.4-10), o agrupamento dos crentes
redimidos como fruto da morte de Cristo (1Pe .18,19). É um povo peregrino que
já não pertence a esta terra (Hb 13.12-14), cujo primeiro dever é viver e
cultivar uma comunhão real e pessoal com Deus (1Pe 2.5; ver Hb 11.6 nota).
A igreja foi chamada para
deixar o mundo e ingressar no reino de Deus. A separação do mundo é parte
inerente da natureza da igreja e a recompensa disso é ter o Senhor por Deus e
Pai (2Co 6.16-18).
A igreja é o templo de Deus e
do Espírito Santo (1Co 3.16; 2Co 6.14-7.1; Ef 2.11-22; 1Pe 2.4-10). Este
fato, no tocante à igreja, requer dela separação da iniqüidade e da
imoralidade.
A igreja é o corpo de Cristo
(1Co 6.15,16; 10.16,17; 12.12-27). Isto indica que não pode existir igreja
verdadeira sem união vital dos seus membros com Cristo. A cabeça do corpo é
Cristo (Cl 1.18; Ef 1.22; 4.15; 5.23).
A igreja é a noiva de Cristo
(2Co 11.2; Ef 5.23-27; Ap 19.7-9). Este conceito nupcial enfatiza tanto a
lealdade, devoção e fidelidade da igreja a Cristo, quanto o amor de Cristo à
sua igreja e sua comunhão com ela.
A igreja é uma comunhão (gr.
koinonia) espiritual (2Co 13.14; Fp 2.1). Isto inclui a habitação nela do
Espírito Santo (Lc 11.13; Jo 7.37-39; 20.22), a unidade do Espírito (Ef 4.4)
e o batismo com o Espírito (At 1.5; 2.4; 8.14-17; 10.44; 19.1-7). Esta
comunhão deve ser uma demonstração visível do mútuo amor e cuidado entre os
irmãos (Jo 13.34,35).
A igreja é um ministério (gr.
diakonia) espiritual. Ela ministra por meio de dons (gr. charismata) outorgados
pelo Espírito Santo (Rm 12.6; 1Co 1.7; 12.4-11, 20-31; Ef 4.11).
A igreja é um exército engajado
num conflito espiritual, batalhando com a espada e o poder do Espírito (Ef
6.17). Seu combate é espiritual, contra Satanás e o pecado. O Espírito que está
na igreja e a enche, é qual guerreiro manejando a Palavra viva de Deus,
libertando as pessoas do domínio de Satanás e anulando todos os poderes das
trevas (At 26.18; Hb 4.12; Ap 1.16; 2.16; 19.15, 21).
A igreja é a coluna e o
fundamento da verdade (1Tm 3.15), funcionando, assim, como o alicerce que
sustenta uma construção. A igreja deve sustentar a verdade e conservá-la
íntegra, defendendo-a contra os deturpadores e os falsos mestres (Fp 1.17; Jd
3).
A igreja é um povo possuidor de uma esperança futura. Esta esperança tem por
centro a volta de Cristo para buscar o seu povo (Jo 14.3; 1Tm 6.14; 2Tm 4.8;
Tt 2.13; Hb 9.28).
A igreja é tanto invisível como
visível.
A igreja invisível é o conjunto dos crentes verdadeiros, unidos por sua fé
viva em Cristo.
A igreja visível consiste de
congregações locais, compostas de crentes vencedores e fiéis (Ap 22.11, 17,
26), bem como de crentes professos, porém falsos (Ap 2.2); “caídos” (Ap 2.5);
espiritualmente “mortos” (Ap 3.1); e “mornos” (Ap 3.16; Mt 13.24; At 12.5).
Dízimos, Ofertas e a
Administração do Nosso Dinheiro
Ml 3.10 “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento
na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu
não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que
dela vos advenha a maior abastança.”
Definição de Dízimos e Ofertas
A palavra hebraica para “dízimo” (ma’aser) significa literalmente “a décima
parte”.
Na Lei de Deus, os israelitas
tinham a obrigação de entregar a décima parte das crias dos animais
domésticos, dos produtos da terra e de outras rendas como reconhecimento e
gratidão pelas bênçãos divinas (ver Lv 27.30-32; Nm 18.21,26; Dt 14.22-29).
O dízimo era usado
primariamente para cobrir as despesas do culto e o sustento dos sacerdotes.
Deus considerava o seu povo responsável pelo manejo dos recursos que Ele lhes
dera na terra prometida (Mt 25.15; Lc 19.13).
No âmago do dízimo, achava-se a
idéia de que Deus é o dono de tudo (Êx 19.5; Sl 24.1; 50.10-12; Ag 2.8). Os
seres humanos foram criados por Ele, e a Ele devem o fôlego de vida (Gn
1.26,27; At 17.28). Sendo assim, ninguém possui nada que não haja recebido
originalmente do Senhor (Jó 1.21; Jo 3.27; 1Co 4.7). Nas leis sobre o dízimo,
Deus estava simplesmente ordenando que os seus lhe devolvessem parte daquilo
que Ele já lhes tinha dado.
Além dos dízimos, os israelitas
eram instruídos a trazer numerosas oferendas ao Senhor, principalmente na
forma de sacrifícios. Levítico escreve várias oferendas rituais: o holocausto
(Lv 1; 6.8-13), a oferta de manjares (Lv 2; 6.14-23), a oferta pacífica (Lv
3; 7.11-21), a oferta pelo pecado (Lv 4.1—5.13; 6.24-30), e a oferta pela
culpa (Lv 5.14—6.7; 7.1-10).
Além das ofertas prescritas, os
israelitas podiam apresentar outras ofertas voluntárias ao Senhor. Algumas
destas eram repetidas em tempos determinados (ver Lv 22.18-23; Nm 15.3; Dt
12.6,17), ao passo que outras eram ocasionais. Quando, por exemplo, os
israelitas empreenderam a construção do Tabernáculo no monte Sinai, trouxeram
liberalmente suas oferendas para a fabricação da tenda e de seus móveis (ver
Êx 35.20-29).
Ficaram tão entusiasmados
com o empreendimento, que Moisés teve de ordenar-lhes que cessassem as
oferendas (Êx 36.3-7). Nos tempos de Joás, o sumo sacerdote Joiada fez um
cofre para os israelitas lançarem as ofertas voluntárias a fim de custear os
consertos do templo, e todos contribuíram com generosidade (2Rs 12.9,10).
Semelhantemente, nos tempos de Ezequias, o povo contribuiu generosamente às
obras da reconstrução do templo (2Cr 31.5-19).
Houve ocasiões na história do
AT em que o povo de Deus reteve egoisticamente o dinheiro, não repassando os
dízimos e ofertas regulares ao Senhor. Durante a reconstrução do segundo
templo, os judeus pareciam mais interessados na construção de suas
propriedades, por causa dos lucros imediatos que lhes trariam, do que nos
reparos da Casa de Deus que se achava em ruínas. Por causa disto,
alertou-lhes Ageu, muitos deles estavam sofrendo reveses financeiros (Ag
1.3-6).
Coisa semelhante acontecia nos
tempos do profeta Malaquias e, mais uma vez, Deus castigou seu povo por se
recusar a trazer-lhe o dízimo (Ml 3.9-12).
A Administração do Nosso Dinheiro
Os exemplos dos dízimos e ofertas no AT contêm princípios importantes a
respeito da mordomia do dinheiro, que são válidos para os crentes do NT.
Devemos lembrar-nos que tudo
quanto possuímos pertence a Deus, de modo que aquilo que temos não é nosso: é
algo que nos confiou aos cuidados. Não temos nenhum domínio sobre as nossas
posses.
Devemos decidir, pois, de todo
o coração, servir a Deus, e não ao dinheiro (Mt 6.19-24; 2Co 8.5). A Bíblia
deixa claro que a cobiça é uma forma de idolatria (Cl 3.5).
Nossas contribuições devem ser para a promoção do reino de Deus,
especialmente para a obra da igreja local e a disseminação do evangelho pelo
mundo (1Co 9.4-14; Fp 4.15-18; 1Tm 5.17,18), para ajudar aos necessitados (Pv
19.17; Gl 2.10; 2Co 8.14; 9.2), para acumular tesouros no céu (Mt 6.20; Lc
6.32-35) e para aprender a temer ao Senhor (Dt 14.22,23).
Nossas contribuições devem ser
proporcionais à nossa renda. No AT, o dízimo era calculado em uma décima
parte. Dar menos que isto era desobediência a Deus. Aliás, equivalia a
roubá-lo (Ml 3.8-10). Semelhantemente, o NT requer que as nossas
contribuições sejam proporcionais àquilo que Deus nos tem dado (1Co 16.2; 2Co
8.3,12; 2Co 8.2).
Nossas contribuições devem ser
voluntárias e generosas, pois assim é ensinado tanto no AT (Êx 25.1,2; 2Cr
24.8-11) quanto no NT (2Co 8.1-5,11,12). Não devemos hesitar em contribuir de
modo sacrificial (2Co 8:3), pois foi com tal espírito que o Senhor Jesus
entregou-se por nós (ver 2Co 8.9). Para Deus, o sacrifício envolvido é muito
mais importante do que o valor monetário da dádiva (ver Lc 21.1-4).
Nossas contribuições devem ser dadas com alegria (2Co 9.7). Tanto o exemplo
dos israelitas no AT (Êx 35.21-29; 2Cr 24.10) quanto o dos cristãos
macedônios do NT (2Co 8.1-5) servem-nos de modelos.
Deus tem prometido
recompensar-nos de conformidade com o que lhe temos dado (ver Dt 15.4; Ml
3.10-12; Mt 19.21; 1Tm 6.19; 2Co 9.6).
Dons Espirituais para o Crente
1Co 12.7 “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for
útil.”
Perspectiva Geral
Uma das maneiras do Espírito Santo manifestar-se é através de uma variedade
de dons espirituais concedidos aos crentes (12.7-11). Essas manifestações do
Espírito visam à edificação e à santificação da igreja (12.7; 14.26). Esses
dons e ministérios não são os mesmos de Rm 12.6-8 e Ef 4.11, mediante os
quais o crente recebe poder e capacidade para servir na igreja de modo mais
permanente. A lista em 12.8-10 não é completa. Os dons aí tratados podem
operar em conjunto, de diferentes maneiras.
As manifestações do Espírito
dão-se de acordo com a vontade do Espírito (12.11), ao surgir a necessidade,
e também conforme o anelo do crente na busca dos dons (12.31; 14.1).
Certos dons podem operar num
crente de modo regular, e um crente pode receber mais de um dom para
atendimento de necessidades específicas. O crente deve desejar “dons”, e não apenas
um dom (12.31; 14.1).
É antibíblico e insensato se
pensar que quem tem um dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais
espiritual do que quem tem dons de operação mais interiorizada, i.e., menos
visível. Também, quando uma pessoa possui um dom espiritual, isso não
significa que Deus aprova tudo quanto ela faz ou ensina. Não se deve
confundir dons do Espírito, com o fruto do Espírito, o qual se relaciona mais
diretamente com o caráter e a santificação do crente (Gl 5.22,23).
Satanás pode imitar a
manifestação dos dons do Espírito, ou falsos crentes disfarçados como servos
de Cristo podem fazer o mesmo (Mt 7.21-23; 24.11, 24; 2Co 11.13-15; 2Ts
2.8-10). O crente não deve dar crédito a qualquer manifestação espiritual,
mas deve “provar se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos
profetas se têm levantado no mundo” (1Jo 4.1; cf. 1Ts 5.20,21).
Os Dons Espirituais
Em 1Co 12.8-10, o apóstolo Paulo apresenta uma diversidade de dons que o
Espírito Santo concede aos crentes. Nesta passagem, ele não descreve as
características desses dons, mas noutros trechos das Escrituras temos ensino
sobre os mesmos.
Dom da Palavra da Sabedoria
(12.8). Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação
sobrenatural do Espírito Santo. Tal mensagem aplica a revelação da Palavra de
Deus ou a sabedoria do Espírito Santo a uma situação ou problema específico
(At 6.10; 15.13-22). Não se trata aqui da sabedoria comum de Deus, para o
viver diário, que se obtém pelo diligente estudo e meditação nas coisas de
Deus e na sua Palavra, e pela oração (Tg 1.5,6).
Dom da Palavra do Conhecimento
(12.8). Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo,
revelando conhecimento a respeito de pessoas, de circunstâncias, ou de
verdades bíblicas. Freqüentemente, este dom tem estreito relacionamento com o
de profecia (At 5.1-10; 1Co 14.24,25).
Dom da Fé (12.9). Não se trata
da fé para salvação, mas de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo
Espírito Santo, capacitando o crente a crer em Deus para a realização de
coisas extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove montanhas (13.2) e que
freqüentemente opera em conjunto com outras manifestações do Espírito, tais
como as curas e os milagres (Mt 17.20; Mc 11.22-24; Lc 17.6).
Dons de Curas (12.9). Esses
dons são concedidos à igreja para a restauração da saúde física, por meios
divinos e sobrenaturais (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8; 4.30). O plural (“dons”)
indica curas de diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de
um dom especial de Deus. Os dons de curas não são concedidos a todos os
membros do corpo de Cristo (cf. 12.11,30), todavia, todos eles podem orar
pelos enfermos. Havendo fé, os enfermos serão curados. Pode também haver cura
em obediência ao ensino bíblico de Tg 5.14-16 (ver Tg 5.15).
Dom de Operação de Milagres
(12.10). Trata-se de atos sobrenaturais de poder, que intervêm nas leis da
natureza. Incluem atos divinos em que se manifesta o reino de Deus contra
Satanás e os espíritos malignos (Jo 6.2).
Dom de Profecia (12.10). É preciso distinguir a profecia aqui mencionada,
como manifestação momentânea do Espírito da profecia como dom ministerial na
igreja, mencionado em Ef 4.11.
Como dom de ministério, a
profecia é concedida a apenas alguns crentes, os quais servem na igreja como
ministros profetas. Como manifestação do Espírito, a profecia está
potencialmente disponível a todo cristão cheio dEle (At 2.16-18). Quanto à
profecia, como manifestação do Espírito, observe o seguinte:
Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra ou
revelação diretamente de Deus, sob o impulso do Espírito Santo (14.24,25, 29-31).
Aqui, não se trata da entrega de sermão previamente preparado.
Tanto no AT, como no NT,
profetizar não é primariamente predizer o futuro, mas proclamar a vontade de
Deus e exortar e levar o seu povo à retidão, à fidelidade e à paciência
(14.3).
A mensagem profética pode desmascarar a condição do coração de uma pessoa
(14.25), ou prover edificação, exortação, consolo, advertência e julgamento
(14.3, 25,26, 31).
A igreja não deve ter como
infalível toda profecia deste tipo, porque muitos falsos profetas estarão na
igreja (1Jo 4.1). Daí, toda profecia deve ser julgada quanto à sua
autenticidade e conteúdo (14.29, 32; 1Ts 5.20,21). Ela deverá enquadrar-se na
Palavra de Deus (1Jo 4.1), contribuir para a santidade de vida dos ouvintes e
ser transmitida por alguém que de fato vive submisso e obediente a Cristo
(12.3).
O dom de profecia manifesta-se segundo a vontade de Deus e não a do homem.
Não há no NT um só texto mostrando que a igreja de então buscava revelação ou
orientação através dos profetas. A mensagem profética ocorria na igreja
somente quando Deus tomava o profeta para isso (12.11).
Dom de Discernimento de
Espíritos (12.10). Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito, para
o portador do dom discernir e julgar corretamente as profecias e distinguir
se uma mensagem provém do Espírito Santo ou não (14.29; 1Jo 4.1). No fim dos
tempos, quando os falsos mestres (Mt 24.5) e a distorção do cristianismo
bíblico aumentarão muito (1Tm 4.1), esse dom espiritual será extremamente
importante para a igreja.
Dom de Variedades de Línguas
(12.10). No tocante às “línguas” (gr. glossa, que significa língua) como
manifestação sobrenatural do Espírito, notemos os seguintes fatos:
Essas línguas podem ser humanas
e vivas (At 2.4-6), ou uma língua desconhecida na terra, e.g., “línguas...
dos anjos” (13.1). A língua falada através deste dom não é aprendida, e quase
sempre não é entendida, tanto por quem fala (14.14), como pelos ouvintes
(14.16).
O falar noutras línguas como
dom abrange o espírito do homem e o Espírito de Deus, que entrando em mútua
comunhão, faculta ao crente a comunicação direta com Deus (i.e., na oração,
no louvor, no bendizer e na ação de graças), expressando-se através do
espírito mais do que da mente (14.2, 14) e orando por si mesmo ou pelo
próximo sob a influência direta do Espírito Santo, à parte da atividade da
mente (cf. 14.2, 15, 28; Jd 20).
Línguas estranhas faladas no
culto devem ser seguidas de sua interpretação, também pelo Espírito, para que
a congregação conheça o conteúdo e o significado da mensagem (14.3, 27,28).
Ela pode conter revelação, advertência, profecia ou ensino para a igreja (cf.
14.6).
Deve haver ordem quanto ao
falar em línguas em voz alta durante o culto. Quem fala em línguas pelo
Espírito, nunca fica em “êxtase” ou “fora de controle” (14.27,28).
Dom de Interpretação de Línguas (12.10). Trata-se da capacidade concedida
pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o
significado de uma mensagem dada em línguas.
Tal mensagem interpretada para
a igreja reunida, pode conter ensino sobre a adoração e a oração, ou pode ser
uma profecia. Toda a congregação pode assim desfrutar dessa revelação vinda
do Espírito Santo. A interpretação de uma mensagem em línguas pode ser um
meio de edificação da congregação inteira, pois toda ela recebe a mensagem
(14.6, 13, 26). A interpretação pode vir através de quem deu a mensagem em
línguas, ou de outra pessoa. Quem fala em línguas deve orar para que possa
interpretá-las (14.13).
Falsos Mestres
Mc 13.22 “Porque se levantarão
falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e prodígios, para enganarem,
se for possível, até os escolhidos.”
Descrição O crente da atualidade precisa estar informado de que pode haver,
nas igrejas, diversos obreiros corrompidos e distanciados da verdade, como os
mestres da lei de Deus, nos dias de Jesus (Mt 24.11,24). Jesus adverte, aqui,
que nem toda pessoa que professa a Cristo é um crente verdadeiro e que, hoje,
nem todo escritor evangélico, missionário, pastor, evangelista, professor,
diácono e outros obreiros são aquilo que dizem ser.
Esses obreiros “exteriormente
pareceis justos aos homens” (Mt 23.28). Aparecem “vestidos como ovelhas” (Mt
7.15). Podem até ter uma mensagem firmemente baseada na Palavra de Deus e
expor altos padrões de retidão. Podem parecer sinceramente empenhados na obra
de Deus e no seu reino, demonstrar grande interesse pela salvação dos
perdidos e professar amor a todas as pessoas. Parecerão ser grandes ministros
de Deus, líderes espirituais de renome, ungidos pelo Espírito Santo. Poderão
realizar milagres, ter grande sucesso e multidões de seguidores (Mt 7.21-23;
24.11,24; 2Co 11.13-15).
Todavia, esses homens são
semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos (Dt 13.3; 1Rs 18.40; Ne
6.12; Jr 14.14; Os 4.15), e aos fariseus do NT. Longe das multidões, na sua
vida em particular, os fariseus entregavam-se à “rapina e de iniqüidade” (Mt
23.25), “cheios de ossos de mortos e de toda imundícia” (Mt 23.27), “cheios
de hipocrisia e de iniqüidade” (Mt 23.28). Sua vida na intimidade é marcada
por cobiça carnal, imoralidade, adultério, ganância e satisfação dos seus
desejos egoístas.
De duas maneiras, esses impostores conseguem uma posição de influência na
igreja.
Alguns falsos mestres e pregadores iniciam seu ministério com sinceridade,
veracidade, pureza e genuína fé em Cristo. Mais tarde, por causa do seu
orgulho e desejos imorais, sua dedicação pessoal e amor a Cristo desaparecem
lentamente.
Em decorrência disso,
apartam-se do reino de Deus (1Co 6.9,10; Gl 5.19-21; Ef 5.5,6) e se tornam
instrumentos de Satanás, disfarçados em ministros da justiça (2Co 11.15).
Outros falsos mestres e pregadores nunca foram crentes verdadeiros. A serviço
de Satanás, eles estão na igreja desde o início de suas atividades (Mt
13.24-28,36-43). Satanás tira partido da sua habilidade e influência e
promove o seu sucesso.
A estratégia do inimigo é
colocá-los em posições de influência para minarem a autêntica obra de Cristo.
Se forem descobertos ou desmascarados, Satanás sabe que grandes danos ao
evangelho advirão disso e que o nome de Cristo será menosprezado
publicamente.
A Prova
Quatorze vezes nos Evangelhos, Jesus
advertiu os discípulos a se precaverem dos líderes enganadores (Mt 7.15;
16.6,11; 24.4,24; Mc 4.24; 8.15; 12.38-40; 13.5; Lc 12.1; 17.23; 20.46;
21.8). Noutros lugares, o crente é exortado a pôr à prova mestres, pregadores
e dirigentes da igreja (1Ts 5.21; 1 Jo 4.1). Seguem-se os passos para testar
falsos mestres ou falsos profetas:
Discernir o caráter da pessoa.
Ela tem uma vida de oração perseverante e manifesta uma devoção sincera e
pura a Deus? Manifesta o fruto do Espírito (Gl 5.22,23), ama os pecadores (Jo
3.16), detesta o mal e ama a justiça (Hb 1.9 nota) e fala contra o pecado (Mt
23; Lc 3.18-20)?
Discernir os motivos da pessoa. O líder cristão verdadeiro procurará fazer
quatro coisas:
honrar a Cristo (2Co 8.23; Fp
1.20);
conduzir a igreja à santificação (At 26.18; 1Co 6.18; 2Co 6.16-18);
salvar os perdidos (1Co 9.19-22); e
proclamar e defender o evangelho de Cristo e dos seus apóstolos (Fp 1.16; Jd
3).
Observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa. Os frutos dos falsos
pregadores comumente consistem em seguidores que não obedecem a toda a
Palavra de Deus (Mt 7.16).
Discernir até que ponto a
pessoa se baseia nas Escrituras. Este é um ponto fundamental. Ela crê e
ensina que os escritos originais do AT e do NT são plenamente inspirados por
Deus, e que devemos observar todos os seus ensinos (2Jo 9-11)? Caso
contrário, podemos estar certos de que tal pessoa e sua mensagem não provêm
de Deus.
Finalmente, verifique a
integridade da pessoa quanto ao dinheiro do Senhor. Ela recusa grandes somas
para si mesma, administra todos os assuntos financeiros com integridade e
responsabilidade, e procura realizar a obra de Deus conforme os padrões do NT
para obreiros cristãos? (1Tm 3.3; 6.9,10).
Apesar de tudo que o crente
fiel venha a fazer para avaliar a vida e o trabalho de tais pessoas, não
deixará de haver falsos mestres nas igrejas, os quais, com a ajuda de
Satanás, ocultam-se até que Deus os desmascare e revele aquilo que realmente
são.
O Arrebatamento da Igreja
1Ts 4.16,17 “Porque o mesmo
Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de
Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que
ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a
encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.”
O termo “arrebatamento” deriva
da palavra raptus em latim, que significa “arrebatado rapidamente e com
força”. O termo latino raptus equivale a harpazo em grego, traduzido por
“arrebatado” em 4.17. Esse evento, descrito aqui e em 1Co 15, refere-se à
ocasião em que a igreja do Senhor será arrebatada da terra para encontrar-se
com Ele nos ares. O arrebatamento abrange apenas os salvos em Cristo.
Instantes antes do
arrebatamento, ao descer Cristo do céu para buscar a sua igreja, ocorrerá a
ressurreição dos “que morreram em Cristo” (4.16). Não se trata da mesma
ressurreição referida em Ap 20.4, a qual somente ocorrerá depois de Cristo
voltar à terra, julgar os ímpios e prender Satanás (Ap 19.11 - 20.3). A
ressurreição de Ap 20.4 tem a ver com os mártires da tribulação e
possivelmente com os santos do AT (Ap 20.6).
Ao mesmo tempo em que ocorre a
ressurreição dos mortos em Cristo, os crentes vivos serão transformados; seus
corpos se revestirão de imortalidade (1Co 15.51,53). Isso acontecerá num
instante, “num abrir e fechar de olhos” (1Co 15.52).
Tanto os crentes ressurretos como os que acabaram de ser transformados serão
“arrebatados juntamente” (4.17) para encontrar-se com Cristo nos ares, ou
seja: na atmosfera entre a terra e o céu.
Estarão literalmente unidos com
Cristo (4.16,17), levados à casa do Pai, no céu (Jo 14.2,3), e reunidos aos
queridos que tinham morrido (4.13-18).
Estarão livres de todas as aflições (2Co 5.2,4; Fp 3.21), de toda perseguição
e opressão (Ap 3.10), de todo domínio do pecado e da morte (1Co 15.51-56); o
arrebatamento os livra da “ira futura” (1.10; 5.9), ou seja: da grande
tribulação.
A esperança de que nosso
Salvador logo voltará para nos tirar do mundo, a fim de estarmos “sempre com
o Senhor” (4.17), é a bem-aventurada esperança de todos os redimidos (Tt
2.13). É fonte principal de consolo para os crentes que sofrem (4.17,18;
5.10).
Paulo emprega o pronome “nós”
em 4.17 por saber que a volta do Senhor poderia acontecer naquele período, e
comunica aos tessalonicenses essa mesma esperança. A Bíblia insiste que
anelemos e esperemos contínua e confiadamente volta do nosso Senhor (cf. Rm
13.11; 1Co 15.51,52; Ap 22.12,20).
Quem está na igreja, mas não
abandona o pecado e o mal, sendo assim infiel a Cristo, será deixado aqui, no
arrebatamento (Mt 25.1; Lc 12.45). Os tais ficarão neste mundo e farão parte
da igreja apóstata (Ap 17.1), sujeitos à ira de Deus.
Depois do arrebatamento, virá o Dia do Senhor, um tempo de sofrimento e ira
sobre os ímpios (5.2-10; ver 5.2). Seguir-se-á a segunda fase da vinda de
Cristo, quando, então, Ele virá para julgar os ímpios e reinar sobre a terra
(Mt 24.42,44).
O Batismo no Espírito Santo
At 1.5 “Porque, na verdade,
João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não
muito depois destes dias.”
Uma das doutrinas principais das Escrituras é o batismo no Espírito Santo. A
respeito do batismo no Espírito Santo, a Palavra de Deus ensina o seguinte:
O batismo no Espírito é para
todos que professam sua fé em Cristo; que nasceram de novo, e, assim,
receberam o Espírito Santo para neles habitar.
Um dos alvos principais de
Cristo na sua missão terrena foi batizar seu povo no Espírito (Mt 3.11; Mc
1.8; Lc 3.16; Jo 1.33). Ele ordenou aos discípulos não começarem a
testemunhar até que fossem batizados no Espírito Santo e revestidos do poder
do alto (Lc 24.49; At 1.4,5,8).
O batismo no Espírito Santo é
uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada. Assim
como a obra santificadora do Espírito é distinta e completiva em relação à
obra regeneradora do mesmo Espírito, assim também o batismo no Espírito
complementa a obra regeneradora e santificadora do Espírito. No mesmo dia em
que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre seus discípulos e disse: “Recebei o
Espírito Santo” (Jo 20.22), indicando que a regeneração e a nova vida
estavam-lhes sendo concedidas.
Depois, Ele lhes disse que
também deviam ser “revestidos de poder” pelo Espírito Santo (Lc 24.49; cf. At
1.5,8). Portanto, este batismo é uma experiência subseqüente à regeneração.
Ser batizado no Espírito
significa experimentar a plenitude do Espírito, (cf. 1.5; 2.4). Este batismo
teria lugar somente a partir do dia de Pentecoste. Quanto aos que foram
cheios do Espírito Santo antes do dia de Pentecoste (e.g. Lc 1.15,67), Lucas
não emprega a expressão “batizados no Espírito Santo”. Este evento só
ocorreria depois da ascensão de Cristo (1.2-5; Lc 24.49-51, Jo 16.7-14).
O livro de Atos descreve o
falar noutras línguas como o sinal inicial do batismo no Espírito Santo (2.4;
10.45,46; 19.6).
O batismo no Espírito Santo
outorgará ao crente ousadia e poder celestial para este realizar grandes
obras em nome de Cristo e ter eficácia no seu testemunho e pregação (cf. 1.8;
2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4). Esse poder não se trata de uma
força impessoal, mas de uma manifestação do Espírito Santo, na qual a
presença, a glória e a operação de Jesus estão presentes com seu povo (Jo
14.16-18; 16.14; 1Co 12.7).
Outros resultados do genuíno
batismo no Espírito Santo são:
mensagens proféticas e louvores (2.4, 17; 10.46; 1Co 14.2,15);
maior sensibilidade contra o pecado que entristece o Espírito Santo, uma
maior busca da retidão e uma percepção mais profunda do juízo divino contra a
impiedade (ver Jo 16.8; At 1.8);
uma vida que glorifica a Jesus
Cristo (Jo 16.13,14; At 4.33);
visões da parte do Espírito (2.17);
manifestação dos vários dons do Espírito Santo (1Co 12.4-10);
maior desejo de orar e interceder
(2.41,42; 3.1; 4.23-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26);
maior amor à Palavra de Deus e melhor compreensão dela (Jo 16.13; At 2.42); e
uma convicção cada vez maior de Deus como nosso Pai (At 1.4; Rm 8.15; Gl
4.6).
A Palavra de Deus cita várias
condições prévias para o batismo no Espírito Santo:
Devemos aceitar pela fé a Jesus Cristo como Senhor e Salvador e apartar-nos
do pecado e do mundo (2.38-40; 8.12-17). Isto importa em submeter a Deus a
nossa vontade (“àqueles que lhe obedecem”, 5.32). Devemos abandonar tudo o
que ofende a Deus, para então podermos ser “vaso para honra, santificado e
idôneo para o uso do Senhor” (2Tm 2.21).
É preciso querer o batismo. O
crente deve ter grande fome e sede pelo batismo no Espírito Santo (Jo
7.37-39; cf. Is 44.3; Mt 5.6; 6.33).
Muitos recebem o batismo como resposta à oração neste sentido (Lc 11.13; At
1.14; 2.1-4; 4.31; 8.15,17). Devemos esperar convictos que Deus nos batizará
no Espírito Santo (Mc 11.24; At 1.4,5).
O batismo no Espírito Santo
permanece na vida do crente mediante a oração (4.31), o testemunho (4.31,
33), a adoração no Espírito (Ef 5.18,19) e uma vida santificada (ver Ef 5.18
notas). Por mais poderosa que seja a experiência inicial do batismo no
Espírito Santo sobre o crente, se ela não for expressa numa vida de oração,
de testemunho e de santidade, logo se tornará numa glória desvanecente.
O batismo no Espírito Santo
ocorre uma só vez na vida do crente e move-o à consagração à obra de Deus,
para, assim, testemunhar com poder e retidão. A Bíblia fala de renovações
posteriores ao batismo inicial do Espírito Santo (ver 4.31 nota; cf. 2.4;
4.8, 31; 13.9; Ef 5.18). O batismo no Espírito, portanto, conduz o crente a
um relacionamento com o Espírito, que deve ser renovado (4.31) e conservado
(Ef 5.18).
O Falar em Línguas
At 2.4 “E todos foram cheios do
Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito
Santo lhes concedia que falassem.”
O falar noutras línguas, ou a glossolália (gr. glossais lalo), era entre os
crentes do NT, um sinal da parte de Deus para evidenciar o batismo no
Espírito Santo ( 2.4; 10.45-47; 19.6). Esse padrão bíblico para o viver na
plenitude do Espírito continua o mesmo para os dias de hoje.
O Verdadeiro Falar em Línguas
As línguas como manifestação do
Espírito. Falar noutras línguas é uma manifestação sobrenatural do Espírito
Santo, i.e., uma expressão vocal inspirada pelo Espírito, mediante a qual o
crente fala numa língua (gr. glossa) que nunca aprendeu (2.4; 1Co 14.14,15).
Estas línguas podem ser humanas, i.e., atualmente faladas (2.6), ou
desconhecidas na terra (cf. 1Co 13.1). Não é “fala extática”, como algumas
traduções afirmam, pois a Bíblia nunca se refere à “expressão vocal extática”
para referir-se ao falar noutras línguas pelo Espírito.
Línguas como sinal externo
inicial do batismo no Espírito Santo. Falar noutras línguas é uma expressão
verbal inspirada, mediante a qual o espírito do crente e o Espírito Santo se
unem no louvor e/ou profecia. Desde o início, Deus vinculou o falar noutras
línguas ao batismo no Espírito Santo (2.4), de modo que os primeiros 120
crentes no dia do Pentecoste, e os demais batizados a partir de então,
tivessem uma confirmação física de que realmente receberam o batismo no
Espírito Santo (cf. 10.45,46).
Desse modo, essa
experiência podia ser comprovada quanto a tempo e local de recebimento. No
decurso da história da igreja, sempre que as línguas como sinal foram
rejeitadas, ou ignoradas, a verdade e a experiência do Pentecoste foram
distorcidas, ou totalmente suprimidas.
As línguas como dom. Falar
noutras línguas também é descrito como um dos dons concedidos ao crente pelo
Espírito Santo (1Co 12.4-10). Este dom tem dois propósitos principais:
O falar noutras línguas seguido
de interpretação, também pelo Espírito, em culto público, como mensagem
verbal à congregação para sua edificação espiritual (1Co 14.5,6,13-17).
O falar noutras línguas pelo
crente para dirigir-se a Deus nas suas devoções particulares e, deste modo,
edificar sua vida espiritual (1Co 14.4). Significa falar ao nível do espírito
(14.2,14), com o propósito de orar (14.2,14,15,28), dar graças (14.16,17) ou
cantar (14.15; 1Co 14).
Outras Línguas, Porém Falsas
O simples fato de alguém falar
“noutras línguas”, ou exercitar outra manifestação sobrenatural não é
evidência irrefutável da obra e da presença do Espírito Santo. O ser humano
pode imitar as línguas estranhas como o fazem os demônios. A Bíblia nos
adverte a não crermos em todo espírito, e averiguarmos se nossas experiências
espirituais procedem realmente de Deus (1Jo 4.1).
Somente devemos aceitar as
línguas se elas procederem do Espírito Santo, como em 2.4. Esse fenômeno,
segundo o livro de Atos, deve ser espontâneo e resultado do derramamento
inicial do Espírito Santo.
Não é algo aprendido, nem
ensinado, como, por exemplo, instruir crentes a pronunciar sílabas sem nexo.
O Espírito Santo nos adverte
claramente que nestes últimos dias surgirá apostasia dentro da igreja (1Tm
4.1,2); sinais e maravilhas operados por Satanás (Mt 7.22,23; 2Ts 2.9) e
obreiros fraudulentos que fingem ser servos de Deus (2Pe 2.1,2).
Se alguém afirma que fala
noutras línguas, mas não é dedicado a Jesus Cristo, nem aceita a autoridade
das Escrituras, nem obedece à Palavra de Deus, qualquer manifestação
sobrenatural que nele ocorra não provém do Espírito Santo (1 Jo 3.6-10;
4.1-3; Gl 1.9; Mt 24.11-24, Jo 8.31).
Leia meu artigo sobre o assunto
O DOM DE LÍNGUAS E O MISTÉRIO DO FALAR CODIFICADO COM DEUS
Os Pastores e seus Deveres
At 20.28 “Olhai, pois, por vós
e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.” Nenhuma
igreja poderá funcionar sem dirigentes para dela cuidar. Logo, conforme
14.23, a congregação local, cheia do Espírito, buscando a direção de Deus em
oração e jejum, elegiam certos irmãos para o cargo de presbítero ou bispo de
acordo com as qualificações espirituais estabelecidas pelo Espírito Santo em
1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9.
Na realidade é o Espírito que
constitui o dirigente de igreja. O discurso de Paulo diante dos presbíteros
de Éfeso (20.17-35) é um trecho básico quanto a princípios bíblicos sobre o
exercício do ministério de pastor de uma igreja local.
Propagando a Fé
Um dos deveres principais do
dirigente é alimentar as ovelhas mediante o ensino da Palavra de Deus. Ele
deve ter sempre em mente que o rebanho que lhe foi entregue é a congregação
de Deus, que Ele comprou para si com o sangue precioso do seu Filho amado
(cf. 20.28; 1Co 6.20; 1Pe 1.18,19; Ap 5.9).
Em 20.19-27, Paulo descreve de
que maneira serviu como pastor da igreja de Éfeso; tornou patente toda a
vontade de Deus, advertindo e ensinando fielmente os cristãos efésios
(20.27). Daí, ele poder exclamar: “estou limpo do sangue de todos” (20.26;
ver nota). Os pastores de nossos dias também devem instruir suas igrejas em todo
o desígnio de Deus. Que “pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo,
redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm
4.2) e nunca ministrar para agradar os ouvintes, dizendo apenas aquilo que
estes desejam ouvir (2Tm 4.3).
Guardando a Fé
Além de alimentar o rebanho de
Deus, o verdadeiro pastor deve diligentemente resguardá-lo de seus inimigos.
Paulo sabe que no futuro Satanás levantará falsos mestres dentro da própria
igreja, e, também, falsários vindos de fora, infiltrar-se-ão e atingirão o
rebanho com doutrinas antibíblicas, conceitos mundanos e idéias pagãs e
humanistas. Os ensinos e a influência destes dois tipos de elementos
arruinarão a fé bíblica do povo de Deus.
Paulo os chama de “lobos
cruéis”, indicando que são fortes, difíceis de subjugar, insaciáveis e
perigosos (ver 20.29 nota; cf. Mt 10.16). Tais indivíduos desviarão as
pessoas dos ensinos de Cristo e os atrairão a si mesmos e ao seu evangelho
distorcido. O apelo veemente de Paulo (20.28-31) impõe uma solene obrigação
sobre todos os obreiros da igreja, no sentido de defendê-la e opôr-se aos que
distorcem a revelação original e fundamental da fé, segundo o NT.
A igreja verdadeira consiste
somente daqueles que, pela graça de Deus e pela comunhão do Espírito Santo,
são fiéis ao Senhor Jesus Cristo e à Palavra de Deus. Por isso, é de grande
importância na preservação da pureza da igreja de Deus que os seus pastores
mantenham a disciplina corretiva com amor (Ef 4.15), e reprovem com firmeza
(2Tm 4.1-4; Tt 1.9-11) quem na igreja fale coisas perversas contrárias à
Palavra de Deus e ao testemunho apostólico (20.30).
Líderes eclesiásticos, pastores
de igrejas locais e dirigentes administrativos da obra devem lembrar-se de
que o Senhor Jesus os têm como responsáveis pelo sangue de todos os que estão
sob seus cuidados (20.26,27; cf. Ez 3.20,21). Se o dirigente deixar de
ensinar e pôr em prática todo o conselho de Deus para a igreja (20.27),
principalmente quanto à vigilância sobre o rebanho (20.28), não estará “limpo
do sangue de todos” (20.26; Ez 34.1-10). Deus o terá por culpado do sangue
dos que se perderem, por ter ele deixado de proteger o rebanho contra os
falsificadores da Palavra (2Tm 1.14; Ap 2.2).
É altamente importante que os
responsáveis pela direção da igreja mantenham a ordem quanto a assuntos
teológicos doutrinários e morais na mesma. A pureza da doutrina bíblica e de
vida cristã deve ser zelosamente mantida nas faculdades evangélicas,
institutos bíblicos, seminários, editoras e demais segmentos administrativos
da igreja (2Tm 1.13,14).
A questão principal aqui é
nossa atitude para com as Escrituras divinamente inspiradas, que Paulo chama
a “palavra da sua graça” (20.32). Falsos mestres, pastores e líderes tentarão
enfraquecer a autoridade da Bíblia através de seus ensinos corrompidos e
princípios antibíblicos. Ao rejeitarem a autoridade absoluta da Palavra de
Deus, negam que a Bíblia é verdadeira e fidedigna em tudo que ela ensina
(20.28-31; Gl 1.6; 1Tm 4.1; 2Tm 3.8). A bem da igreja de Deus, tais pessoas devem
ser excluídas da comunhão (2Jo 9-11; ver Gl 1.9).
A igreja que perde o zelo
ardente do Espírito Santo pela sua pureza (20.18-35), que se recusa a tomar
posição firme em prol da verdade e que se omite em disciplinar os que minam a
autoridade da Palavra de Deus, logo deixará de existir como igreja
neotestamentária (12.5).
Provas do Genuíno Batismo no
Espírito Santo
At 10.44,45 “E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo
sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão,
todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do
Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios.”
As Escrituras ensinam que o
crente deve examinar e provar tudo o que se apresenta como sendo da parte de
Deus (1Ts 5.21; cf. 1Co 14.29). “Amados, não creiais em todo espírito, mas
provai se os espíritos são de Deus” (1Jo 4.1). Seguem-se alguns princípios
bíblicos para provar ou testar se é de Deus um caso declarado de batismo no
Espírito Santo.
O autêntico batismo no Espírito
Santo levará a pessoa a amar, exaltar e glorificar a Deus Pai e ao Senhor
Jesus Cristo mais do que antes (ver Jo 6.13,14; At 2.11,36; 10.44-46).
O verdadeiro batismo no
Espírito Santo aumentará a convicção da nossa filiação com o Pai celestial
(1.4; Rm 8.15,16), levará a uma maior percepção da presença de Cristo em
nossa vida diária (Jo 14.16, 23; 15.26) e aumentará o clamor da alma “Aba,
Pai”! (Rm 8.15; Gl 4.6). Por sua vez, um batismo no Espírito Santo que não
leva a uma maior comunhão com Cristo e a uma mais intensa comunhão com Deus
como nosso Pai não vem dEle.
O real batismo no Espírito
Santo aumentará nosso amor e apreço pelas Escrituras. O Espírito da verdade
(Jo 14.17), que inspirou as Escrituras (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21), aprofundará
nosso amor à verdade da Palavra de Deus (Jo 16.13; At 2.42; 3.22; 1Jo 4.6).
Por outro lado, qualquer suposto batismo no Espírito que diminui nosso
interesse em ler a Palavra de Deus e cumpri-la, não provém de Deus.
O real batismo no Espírito
Santo aprofundará nosso amor pelos demais seguidores de Cristo e a nossa
preocupação pelo seu bem-estar (2.38, 44-46; 4.32-35). A comunhão e
fraternidade cristãs, de que nos fala a Bíblia, somente podem existir através
do Espírito (2Co 13.13).
O genuíno batismo no Espírito
Santo deve ser precedido de abandono do pecado e de completa obediência a
Cristo (2.38). Ele será conservado quando continuamos na santificação do
Espírito Santo (2.40; 2Ts 2.13; Rm 8.13; Gl 5.16,17). Daí, qualquer suposto
batismo, em que a pessoa não foi liberta do pecado, continuando a viver
segundo a vontade da carne, não pode ser atribuído ao Espírito Santo (2.40;
8.18-21; Rm 8.2-9). Qualquer poder sobrenatural manifesto em tal pessoa
trata-se de atividade enganadora de Satanás (cf. Sl 5.4,5).
O real batismo no Espírito
Santo fará aumentar o nosso repúdio às diversões pecaminosas e prazeres
ímpios deste mundo, refreando-nos a busca egoísta de riquezas e honrarias
terrenas (20.33; 1Co 2.12; Rm 12.16; Pv 11.28).
O genuíno batismo no Espírito Santo nos trará mais desejo e poder para
testemunhar da obra redentora do Senhor Jesus Cristo (ver Lc 4.18; At 1.8;
2.38-41; 4.8-20; Rm 9.1-3; 10.1). Inversamente, qualquer suposto batismo no
Espírito que não resulte num desejo mais intenso de ver os outros salvos por
Cristo, não provém de Deus.
O genuíno batismo no Espírito
Santo deve despertar em nós o desejo de uma maior operação sua no reino de
Deus, e também uma maior operação de seus dons em nossa vida. As línguas como
evidência inicial do batismo devem motivar o crente a permanecer na esfera
dos dons espirituais (2.4, 11, 43; 4.30; 5.12-16; 6.8; 8.7; Gl 3.5.
O autêntico batismo no Espírito Santo tornará mais real a obra, a direção e a
presença do Espírito Santo em nossa vida diária. Depois de batizados no
Espírito Santo, os crentes de Atos tornaram-se mais cônscios da presença,
poder e direção do Espírito Santo (4.31; 6.5; 9.31; 10.19; 13.2, 4, 52;
15.28; 16.6,7; 20.23). Inversamente, qualquer suposto batismo no Espírito
Santo que não aumentar a nossa consciência da presença do Espírito Santo, nem
aumentar o nosso desejo de obedecer à sua orientação, nem reafirmar o nosso
alvo de viver diante dEle de tal maneira a não entristecê-lo nem suprimir o
seu fervor, não provém de Deus.
Qualificações Morais do Pastor
1Tm 3.1,2 “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente
obra deseja. Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma
mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar.”
Se algum homem deseja ser
“bispo” (gr. episkopos, i.e., aquele que tem sobre si a responsabilidade
pastoral, o pastor), deseja um encargo nobre e importante (3.1). É
necessário, porém, que essa aspiração seja confirmada pela Palavra de Deus
(3.1-10; 4.12) e pela igreja (3.10), porque Deus estabeleceu para a igreja
certos requisitos específicos.
Quem se disser chamado por Deus
para o trabalho pastoral deve ser aprovado pela igreja segundo os padrões
bíblicos de 3.1-13; 4.12; Tt 1.5-9. Isso significa que a igreja não deve
aceitar pessoa alguma para a obra ministerial tendo por base apenas seu
desejo, sua escolaridade, sua espiritualidade, ou porque essa pessoa acha que
tem visão ou chamada.
A igreja da atualidade
não tem o direito de reduzir esses preceitos que Deus estabeleceu mediante o
Espírito Santo. Eles estão plenamente em vigor e devem ser observados por
amor ao nome de Deus, ao seu reino e da honra e credibilidade da elevada
posição de ministro.
Os padrões bíblicos do pastor,
como vemos aqui, são principalmente morais e espirituais. O caráter íntegro
de quem aspira ser pastor de uma igreja é mais importante do que
personalidade influente, dotes de pregação, capacidade administrativa ou
graus acadêmicos. O enfoque das qualificações ministeriais concentra-se no
comportamento daquele que persevera na sabedoria divina, nas decisões
acertadas e na santidade devida. Os que aspiram ao pastorado sejam primeiro
provados quanto à sua trajetória espiritual (cf. 3.10).
Partindo daí, o Espírito Santo
estabelece o elevado padrão para o candidato, i.e., que ele precisa ser um
crente que se tenha mantido firme e fiel a Jesus Cristo e aos seus princípios
de retidão, e que por isso pode servir como exemplo de fidelidade,
veracidade, honestidade e pureza. Noutras palavras, seu caráter deve
demonstrar o ensino de Cristo em Mt 25.21 de que ser “fiel sobre o pouco”
conduz à posição de governar “sobre o muito”.
O líder cristão deve ser, antes
de qualquer coisa, “exemplo dos fiéis” (4.12; cf. 1Pe 5.3). Isto é: sua vida
cristã e sua perseverança na fé podem ser mencionadas perante a congregação
como dignas de imitação.
Os dirigentes devem manifestar o mais digno exemplo de perseverança na
piedade, fidelidade, pureza em face à tentação, lealdade e amor a Cristo e ao
evangelho (4.12,15).
O povo de Deus deve aprender a
ética cristã e a verdadeira piedade, não somente pela Palavra de Deus, mas
também pelo exemplo dos pastores que vivem conforme os padrões bíblicos. O
pastor deve ser alguém cuja fidelidade a Cristo pode ser tomada como padrão
ou exemplo (1Co 11.1; Fp 3.17; 1Ts 1.6; 2Ts 3.7,9; 2Tm 1.13).
O Espírito Santo acentua grandemente a liderança do crente no lar, no
casamento e na família (3.2,4,5; Tt 1.6). Isto é: o obreiro deve ser um
exemplo para a família de Deus, especialmente na sua fidelidade à esposa e
aos filhos. Se aqui ele falhar, como “terá cuidado da igreja de Deus?” (3.5).
Ele deve ser “marido de uma [só] mulher” (3.2). Esta expressão denota que o
candidato ao ministério pastoral deve ser um crente que foi sempre fiel à sua
esposa. A tradução literal do grego em 3.2 (mias gunaikos, um genitivo
atributivo) é “homem de uma única mulher”, i.e., um marido sempre fiel à sua
esposa.
Conseqüentemente, quem na
igreja comete graves pecados morais, desqualifica-se para o exercício
pastoral e para qualquer posição de liderança na igreja local (cf. 3.8-12).
Tais pessoas podem ser plenamente perdoadas pela graça de Deus, mas perderam
a condição de servir como exemplo de perseverança inabalável na fé, no amor e
na pureza (4.11-16; Tt 1.9). Já no AT, Deus expressamente requereu que os
dirigentes do seu povo fossem homens de elevados padrões morais e
espirituais. Se falhassem, seriam substituídos (Gn 9.4; Lv 10.2; 21.7,17; Nm
20.12; 1Sm 2.23; Jr 23.14; 29.23).
A Palavra de Deus declara a
respeito do crente que venha a adulterar que “o seu opróbrio nunca se
apagará” (Pv 6.32,33). Isto é, sua vergonha não desaparecerá. Isso não
significa que nem Deus nem a igreja perdoará tal pessoa. Deus realmente
perdoa qualquer pecado enumerado em 3.1-13, se houver tristeza segundo Deus e
arrependimento por parte da pessoa que cometeu tal pecado. O que o Espírito
Santo está declarando, porém, é que há certos pecados que são tão graves que
a vergonha e a ignomínia (i.e., o opróbrio) daquele pecado permanecerão com o
indivíduo mesmo depois do perdão (2Sm 12.9-14).
Mas o que dizer do rei Davi?
Sua continuação como rei de Israel, a despeito do seu pecado de adultério e
de homicídio (2Sm 11.1-21; 12.9-15) é vista por alguns como uma justificativa
bíblica para a pessoa continuar à frente da igreja de Deus, mesmo tendo
violado os padrões já mencionados. Essa comparação, no entanto, é falha por
vários motivos.
O cargo de rei de Israel do AT,
e o cargo de ministro espiritual da igreja de Jesus Cristo, segundo o NT, são
duas coisas inteiramente diferentes. Deus não somente permitiu a Davi, mas,
também a muitos outros reis que foram extremamente ímpios e perversos,
permanecerem como reis da nação de Israel. A liderança espiritual da igreja
do NT, sendo esta comprada com o sangue de Jesus Cristo, requer padrões
espirituais muito mais altos.
Segundo a revelação divina no
NT e os padrões do ministério ali exigidos, Davi não teria as qualificações
para o cargo de pastor de uma igreja do NT. Ele teve diversas esposas,
praticou infidelidade conjugal, falhou grandemente no governo do seu próprio
lar, tornou-se homicida e derramou muito sangue (1Cr 22.8; 28.3). Observe-se
também que por ter Davi, devido ao seu pecado, dado lugar a que os inimigos
de Deus blasfemassem, ele sofreu castigo divino pelo resto da sua vida (2Sm
12.9-14).
As igrejas atuais não devem,
pois, desprezar as qualificações justas exigidas por Deus para seus pastores
e demais obreiros, conforme está escrito na revelação divina. É dever de toda
igreja orar por seus pastores, assisti-los e sustentá-los na sua missão de
servirem como “exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, na caridade, no
espírito, na fé, na pureza” (4.12)
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